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Anderson Silva chama UFC de “palhaçada” e reforça discurso de aposentadoria

(Foto: Alexandre Loureiro/Inovafoto) (Foto: )

Anderson Silva perdeu de vez a paciência com o UFC.

Em mais um desabafo nas redes sociais, o ex-campeão dos médios (até 84 kg) seguiu a mesma linha dos últimos dias, quando atirou contra o principal campeonato de MMA do mundo por causa diferença de tratamento entre os lutadores de sua divisão.

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Basicamente, o Spider ironizou o presidente Dana White — chamado de ‘Todo Poderoso’ — que segundo o veterano faz do UFC seu brinquedo. Ele também questionou outra vez a escolha de Georges St-Pierre para disputar o cinturão, sendo que o canadense, ex-campeão dos meio-médios (até 77 kg), não luta desde 2013.

Anderson havia pedido para lutar contra o cubano Yoel Romero no UFC 212, em junho, no Rio de Janeiro. Mas exigiu que o duelo valesse o título interino. Sua lógica é que o inglês Michael Bisping, o campeão, já não defende o cinturão há um longo período. E o duelo contra GSP não sairá antes do fim de outubro.

“Se eu aceitar essa palhaçada, eu tenho cinco filhos e não posso chegar em casa e dizer “voltei atrás”. Tenho hombridade e vou até o final. Quando você tem razão, tem que ir até o final. Me desculpem, se isso me custar sair do UFC, me aposentar, me colocar na geladeira, querer me sacanear, não estou nem aí. Mas o que vou fazer é o certo”, disparou o lutador de 42 anos.

Veja a transcrição completa do desabafo do lutador feita pelo Combate.

“A partir do momento que eu acho que é uma sacanagem comigo, eu não tenho que aceitar. E não vou aceitar. Entendeu? E, para piorar mais ainda a situação, ele – o “Todo Poderoso” – pega e faz o seguinte: traz um cara que saiu da aposentadoria, não é da categoria e bota pra disputar o cinturão. Mas como que ele pega um cara que está saindo da aposentadoria, não é da categoria — Ele vai ter uma desculpa pra isso, tá? Já estou avisando — pra lutar pelo cinturão com um cara que ganhou uma luta por pontos e perdeu outra por nocaute? Pra um cara (Michael Bisping) que, supostamente, na última entrevista dele, disse que está pronto para lutar e não botou para lutar com o primeiro do ranking, que é Yoel Romero. Isso tudo é uma grande sacanagem. E eu não posso ficar quieto. Todos os atletas da categoria deveriam se pronunciar. Está tendo um boicote aos atletas da categoria. Não estou putinho porque não vou disputar o cinturão. Fiquei por 10 anos com o cinturão. Nada desse esporte é novo pra mim. Só que, pro meu negócio, não tem porque eu aceitar uma luta com Romero sem valer cinturão interino. Não tem por quê. Eu não sou um idiota, não sou burro. Quero que as pessoas entendam isso, que as pessoas parem de falar besteira porque elas não entendem o que acontece nos bastidores desse esporte. Infelizmente, todos os atletas da categoria estão sofrendo esse boicote. Estou com 42 anos, já aconteceu tudo comigo nesse esporte: já perdi, já caí no doping, já ganhei, campeão por anos, só quero lutar e ser feliz. Só que, pra eu lutar com o Romero, que é um cara duro, todo mundo corre dele, estão tentando proteger o Bisping de lutar com ele, nada mais justo que eu, o cara, que supostamente o todo poderoso – não fui eu que falei isso – foi o “Todo Poderoso”, há alguns anos falou que tinha o melhor lutador peso por peso do mundo, Anderson Silva… Mas ele, o “Todo Poderoso” que tem que se explicar pra todo mundo aí. Agora está explicado, não quero mais que as pessoas fiquem me perguntando sobre isso. Não vou lutar por causa dessa sacanagem. Que não é só comigo, mas com todos os atletas da categoria. Ponto final. O “Todo Poderoso” é o dono do brinquedo. Quem quiser aceitar, aceita e, quem não quiser, não aceita. E eu não vou aceitar. Se eu aceitar essa palhaçada, eu tenho cinco filhos e não posso chegar em casa e dizer “voltei atrás”. Tenho hombridade e vou até o final. Quando você tem razão, tem que ir até o final. Me desculpem, se isso me custar sair do UFC, me aposentar, me colocar na geladeira, querer me sacanear, não estou nem aí. Mas o que vou fazer é o certo. É o certo pra mim, é minha hombridade e ninguém vai mudar isso. Estou indignado, mas estou feliz por estar terminando um camp que não foi dinheiro jogado fora. Com pessoas que estou sempre aprendendo, várias pessoas legais, estou feliz, voltando pra casa feliz. De uma certa forma, muito mais feliz do que se eu tivesse lutado. A gente conseguiu fazer com que o “Todo poderoso” colocasse as barbinhas de molho. Ele vai ter que colocar o Romero para lutar, não tem mais desculpas. Ele é o número 1 do ranking e o Bisping disse que está pronto pra lutar. Não tem conversa. De certa forma, ajudei um colega de trabalho. Isso é o que a gente deve fazer, não é xingar o Dana White, bater de frente. Mas o Dana deu um tiro no próprio pé. Eu não tenho problema com ele. Mas o problema é quando afeta a nossa categoria de lutadores, atletas que ficam meses fora de casa, que fazem o show acontecer, não é ele [Dana]. Ele só senta, casa a luta e fica assistindo. Isso é uma palhaçada. Tem que acabar isso. Amo isso, é minha paixão, mas não posso aceitar esse tipo de sacanagem. O UFC não é esporte. É uma entidade. MMA é o esporte. UFC é uma marca que transmite e faz a luta de MMA. Um por todos, todos por um e vitória na guerra”.

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