O sobrenome de origem polonesa ajuda, sem dúvida. Mas não foi apenas a ascendência que transformou a curitibana Ariane Lipski na maior estrela feminina do KSW, o principal evento de MMA da Polônia.
A campeã peso-mosca (até 57 kg) faz nesse sábado (3), em Lodz, sua segunda defesa de cinturão. No centro do pôster de divulgação do KSW 42 antes mesmo de ter uma adversária definida, a Rainha da Violência é uma espécie de super-heroína para os fãs locais.
Em quatro lutas, ela venceu duas vezes por nocaute e outras duas por finalização. Desta vez, a adversária é a argentina Silvana “La Malvada” Juarez.
“Eles acham que tenho superpoderes, acham que luto contra qualquer um e ganho, até de homens”, conta Ariane, de 24 anos, que vem de oito vitórias seguidas na carreira.
“O Stefano [Sartori, empresário] costuma dizer que os fãs da Ariane acham que se tiver uma guerra, a Ariane salva a Polônia”, completa o treinador e namorado Renato Rasta.
A maior parte dos seguidores da paranaense nas redes sociais (26 mil no Instagram e 27 mil no Facebook) é composta por poloneses. E o assédio quando ela viaja para o país é bem diferente da realidade no Brasil.
Lá, a atleta já é reconhecida nas ruas, principalmente quando está de trança, sua marca registrada no ringue.
“Eu gosto porque aqui a gente não tem esse reconhecimento. Então chegar lá e ser reconhecida é muito legal. Na primeira vez que lutei na Polônia [novembro de 2015] não tinha isso. Conquistei através das lutas, dando show, surpreendendo as pessoas”, explica.
“Independente de ser brasileira, os poloneses me acolheram muito bem e me escolheram como representante deles. Aqui [Brasil] ninguém sabe que luto ou em qual evento Só conhecem UFC”.
O sucesso de Ariane é expressivo, tanto que ela até atraiu patrocinadores poloneses. Uma empresa de aplicativos e uma marca de roupas de MMA têm a curitibana como garota propaganda.
“O evento valoriza bastante a Ari. Estão querendo renovar para mais lutas, está em negociação. O KSW faz um esforço bastante grande para promove-la. Tem sido uma parceria de muito sucesso”, aprova o empresário Sartori.
Destino UFC?
Depois de enfrentar Juarez, Lipski terá apenas mais uma luta em seu contrato com o KSW. Apesar do sucesso na Polônia, o destino da lutadora inevitavelmente será o UFC, que criou a categoria peso-mosca feminino em dezembro de 2017.
“Não quero me estender por muito tempo lá. Gosto de competir na Polônia, gosto das pessoas, mas eles sempre estão achando adversárias em cima da hora para mim. Isso é ruim”, afirma a lutadora, que admite considerar uma proposta que mude sua vida.
“Se renovar com o KSW vai ser por uma proposta muito boa. Tem que valer a penar [adiar a ida para o UFC]. Penso na estabilidade financeira, não vou precisar mais dar aula, poderei focar nos meus treinos. Hoje vendo produtos na academia, roupas, para tentar me virar… Tenho que ganhar essa luta para ter essa carta na manga”.
Fotos: Jonathan Campos/Gazeta do Povo
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