Prasel usa as cores da bandeira da Alemanha no cabelo moicano
Formado nas categorias de base de Atlético Paranaense, Joinville e Juventus-SP, o arqueiro também atuou no campeonato belga, pelo RFC Liège, onde uma bursite crônica no quadril mudou tudo.
“Tive a lesão, não conseguia mais manter o mesmo nível de treinamentos e perdi espaço. Teve também as saudades de casa”, conta Prasel, que foi para a Europa com ajuda de vídeos no Youtube.
Quando decidiu retornar para casa, em 2011, ele conheceu o jiu-jítsu através de seu irmão mais velho, Rafael. Era o que precisava para não abandonar a vida de atleta. Paixão à primeira rolada no tatame.
Ao mesmo tempo em que iniciou a faculdade de educação física, o paranaense começou a treinar — e vencer campeonatos — na arte suave. Hoje faixa-marrom, ele se dedicou exclusivamente ao jiu-jítsu até 2014, quando decidiu focar no MMA.
Nove vitórias depois, Alemão está pronto para o UFC. “Estou esperando um grande contrato pela frente. Era a promessa antes da última luta [contra Edison Lopes, no Aspera FC]. Estou preparado para isso”, revela Prasel.
“Já tive conversas com UFC e Bellator e eles pediram mais uma vitória contra um adversário de alto nível. Meu último rival era líder do ranking nacional dos pesados, vinha de cinco vitórias seguidas. Venci em 29 segundos e provei que estou em alto nível”, completa o ex-goleiro.
A antiga profissão, aliás, ajudou na formação de um peso-pesado ‘diferente’. A agilidade da meta foi transportada para o ringue.
“Normalmente os pesados são lentos e travados. Eu, graças ao futebol, conseguiu me tornar um cara de estrutura grande, mas rápido e de quadril solto. A transição foi mais fácil”, explica o atleta de 112 kg — agora 22 kg mais pesado do que na época de jogador.
“O esporte mudou minha vida, me trouxe mais autoconfiança. Só depende de mim, não tem equipe. Acho que tudo aconteceu como tinha de ser. Tenho uma história diferente para contar e uma carreira para fazer — e tenho certeza que será muito boa. Se perguntarem 100 vezes se prefiro ser goleiro da seleção ou lutar no UFC, digo 100 vezes que quero o UFC”, conclui o paranaense.