A primeira edição do UFC em Curitiba — que completa um ano no próximo dia 14 de maio — trouxe um mar de empolgação.
A cidade comemorou a injeção de R$ 45 milhões na economia, de acordo com estudo da UFPR. Hotéis, bares e restaurantes abafaram a crise durante a semana do evento. O próprio Atlético, que foi parceiro na realização do show, vibrou com a exposição da marca por meio mundo, inclusive projetando vender os naming rights da Arena da Baixada após abrigar o terceiro maior público da história do Ultimate: 45.207 pessoas.
Com tudo isso, uma pergunta ficou no ar: quando o UFC voltaria? Não tão cedo, pode apostar.
Entenda os motivos
Em 2017, já controlado pelo conglomerado do entretenimento WME-IMG (que pagou US$ 4 bilhões para comprar o campeonato), vieram as mostras iniciais que o Ultimate mudou o foco. A globalização, pelo menos em relação à realização de eventos, diminuiu.
No Brasil, somente três: Fortaleza (março), Rio (junho) e provavelmente São Paulo — mesmo patamar de 2012. Todos eles em ginásios com capacidade máxima para cerca de 15 mil pessoas.
Nenhum estádio, nem aqui, nem lá fora. A opção significa não gastar tanto (tempo e dinheiro) na produção dos eventos e maximizar os lucros com ingressos mais caros (procura x demanda).
Em entrevista ao Combate no ano passado, o vice-presidente sênior internacional do UFC, Joe Carr, explicou.
→LEIA TAMBÉM
O que aconteceu com os protagonistas do UFC Curitiba?
Jéssica ‘Bate-Estaca’ Andrade saiu da roça para conquistar o UFC
“Não temos planos para eventos em estádios de futebol em 2017, mas estamos sempre em busca de oportunidades para que isso aconteça. O UFC 198, em Curitiba, foi muito caro para nós, mas achamos que era a coisa certa a se fazer. Foi um dos melhores eventos da história do UFC em todo o mundo, mas é muito difícil de se fazer. Não dá para fazer um daqueles todo ano”, afirmou.
E aí chegamos ao segundo ponto. Dono da Arena, o Atlético lucrou aproximadamente R$ 1 milhão com o UFC 198, segundo apurou o blog. Dinheiro que entrou limpo na conta do clube.
Só que o patamar atleticano mudou, nada mais justo. Querem mais receitas para fazer com que a Arena se pague, como aponta essa matéria de Robson Martins.
Em contato com a reportagem, o presidente do Conselho Deliberativo, Mario Celso Petraglia, quem negocia os grandes eventos, considera improvável que o UFC retorne já em 2018. “Difícil! Não querem dividir as receitas”, afirmou, via WhatsApp.
Ou seja, a questão é basicamente financeira. Negociação. E negociar com Petraglia não é tarefa simples.
Quando o UFC entender que deve fazer um novo evento monstruoso no Brasil, vai procurar o Atlético, claro. E o clube tem em seu teto retrátil o grande trunfo contra a concorrência de outras arenas brasileiras. A grama sintética é outro benefício.
Mas eu diria que estamos mais perto de um evento do Bellator na Arena da Baixada do que do Ultimate.
Anderson Silva chama UFC de “palhaçada” e reforça discurso de aposentadoria
Como a PF costurou diferentes tramas para indiciar Bolsonaro
Problemas para Alexandre de Moraes na operação contra Bolsonaro e militares; acompanhe o Sem Rodeios
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Enquete: como o Brasil deve responder ao boicote de empresas francesas à carne do Mercosul?
Deixe sua opinião