O Fight 2 Night (F2N), evento de MMA criado no ano passado pelo ator Bruno Gagliasso, terá sua segunda edição nesta sexta-feira (28), às 20 horas, no Rafain Palace Hotel, em Foz do Iguaçu.
Com vários ex-UFCs no card e estrutura acima da média para os atletas, o evento quer se tornar referência. E não só nacional: o plano é conquistar a América Latina. A luta principal será entre Luiz Banha Cané e Matt Hamill, ambos com carreiras sólidas no maior evento do mundo.
Leia abaixo a entrevista com ator e também promotor de lutas.
O que definiu sua mudança de um simples fã de MMA para empresário/promotor de lutas?
Na verdade continuo sendo um grande fã de MMA. Foi meu desejo de fazer um evento que todo fã sinta vontade de assistir, orgulho de ser fã, e orgulho de ser o país dos melhores lutadores do mundo. Porque é isso que o Brasil é. E temos que continuar a ser. Sinto que aos olhos do mundo o Brasil está perdendo espaço. O que falta é oportunidade. Em vez de levar tanta gente boa para fora, por que não trazer os gringos para cá para conhecerem os brasileiros? Esse é meu objetivo e do meu sogro e sócio Roberto Baldacconi.
Como é sua participação efetiva para a o F2N sair do papel? Você coloca a mão na massa em quais áreas?
Coloco literalmente a mão na massa. Eu participo das decisões… É claro que temos uma equipe, tenho sócios capazes de tocar o evento inteiro sem mim, mas escolhi todo mundo a dedo. Tenho o Igor [Morgado, responsável por produzir o evento], o Rodrigo, que é nosso diretor e supercompetente, tenho uma boa assessoria de imprensa. Gosto de participar de todas as decisões. Tem o Tiago Okamura, que casa as lutas. Tem o Pedro Rizzo, que entra em qualquer academia em qualquer lugar do mundo. Quando você tem um time e faz com o coletivo, tudo funciona. E por isso que o F2N está dando tão certo.
Você é o garoto-propaganda do seu próprio evento, parecido com o papel do Dana White no UFC?
Não sei se sou o garoto-propaganda. Gosto de vestir a camisa. Não existe ter um negócio e não correr atrás dele, não fazer acontecer. Os maiores garotos-propaganda são os lutadores, as estrelas são eles, não eu. Acho que eles estão felizes, isso me deixa feliz. Fazemos questão de dar uma boa bolsa, cuidar do atleta. Tenho orgulho de ser o único evento no mundo que cuida antes, durante e depois. A gente não se limita apenas ao espaço físico. Temos acompanhamento no hospital caso alguém precise. Todos os outros eventos cuidam do atleta do portão de dentro e lá dentro, não fora. Disso tenho muito orgulho. O Dana White é do UFC. Eu sou mais um do F2N. Nenhuma decisão é tomada por apenas uma pessoa. Porque todo mundo quer o crescimento quer o crescimento do evento, ser justo com todos os atletas que participam do F2N.
O F2N é supervisionado pela CABMMA (Comissão Atlética Brasileira de MMA), mas a maioria dos eventos nacionais dá um suporte mínimo para os atletas na questão da saúde e também no antidoping. O quão perigoso isso pode ser para o esporte?
Nosso suporte é total, você pode perguntar para qualquer atleta e eles estão muito felizes com isso. Acho que é o mínimo que podemos fazer. Eles são nossas estrelas. Alimentação é por nossa conta, exames, médico. Por que? Porque queremos parceiros, não simplesmente funcionários.
As bolsas pagas no F2N estão acima da realidade nacional. Pode revelar o valor mínimo que um atleta recebe no evento?
Pagamos uma bolsa muito boa, seria muito indelicado falar do salário deles, bolsa. Jamais faria isso. O que importa é que estão satisfeitos e felizes. E sempre que puder aumentar, vai aumentar.
Vocês decidiram juntar MMA e entretenimento em um evento único. A que patamar vocês pretendem levar o F2N? É possível trazer grandes estrelas para competir em um evento nacional?
Claro que é possível. Aliás já temos grandes estrelas, não só em cima do octógono, mas visitando e vestindo nossa camisa. Temos grandes parceiros como Cigano, Shogun, Thomas Almeida. Patolino está no nosso card, Banha está no nosso card, Paulo Thiago. Queremos ser o maior evento da América Latina, se unir a outros eventos, queremos fazer pelo MMA, que o esporte cresça. O ideal é que o F2N tenha no mínimo cinco, seis eventos [por ano], mas isso leva tempo porque estamos construindo um evento sólido. E para ser sólido não pode ter pressa, ansiedade. Esse é nosso primeiro evento [em 2017], queremos fazer mais dois. Se não ficar 100% vamos fazer menos eventos, mas vamos fazer porque todo mundo é apaixonado por MMA.
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