Aos 46 anos de idade, empresário Sergio Tanoshi será o único representante paranaense na sétima edição do Mundial de Kung Fu, que acontece entre 7 e 11 de novembro, em Emeichan, na China. Ele disputará modalidade xinyi, na categoria master (acima de 35 anos).
Apesar da faixa-preta de terceiro grau, Tanoshi não se imaginava mais em alto nível. Ainda por cima após recomeçar do zero três anos atrás.
Praticante de kung fu entre 1984 e 2004 — primeiro como aluno e depois como atleta e professor –, ele abandonou o esporte para se dedicar exclusivamente à sua empresa de material esportivo.
Só que em 2014, dez anos depois, o descendente de japoneses se viu com problemas de saúde e sobrepeso causados pelo estilo de vida.
“Fiquei sedentário mesmo”, admite Tanoshi, que escolheu a corrida de rua para ajudá-lo a perder 15 kg.
Fotos: Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Aos poucos, o kung fu também voltou à rotina. Apesar de seu ceticismo, o curitibano começou treinar a técnica duas vezes por semana. Na sequência, passou a disputar (e ganhar) campeonatos.
Como prêmio pelos bons resultados, acabou convocado para a seleção brasileira. Em agosto, na Costa Rica, ele se considerava azarão no Pan-Americano da modalidade. Surpreendeu.
“Não tinha esperanças quando fui, mas consegui voltar com a medalha de ouro. Tive bastante sorte. Estou tendo bastante sorte. Foi assim no Paranaense e no Brasileiro também”, fala o atleta, que agora sonha em terminar o Mundial entre os dez primeiros colocados.
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Não há combate no kung fu xinyi. Os atletas recebem são classificados por suas rotinas, que devem seguir critérios pré-estabelecidos. Há apresentações com arma — Tanoshi usa o facão — e mãos vazias.
“Sempre faço o máximo. Se ficar entre os dez está mais que perfeito. No Pan, não esperava ficar nem entre os cinco melhores e venci. Só que lá na China, a terra do kung fu, competição é bem maior. Só estão os melhores, já que são milhões por vaga”, destaca.
Vaquinha
Para bancar a viagem, Tanoshi recorreu a duas frentes. Primeiro, iniciou uma vaquinha virtual para receber doações de qualquer valor. Até agora, conseguiu apenas 22% dos R$ 9,8 mil necessários.
Outra tática foi bater na porta de empresas para pedir apoio.
“Eu fiz uma vaquinha para ir ao Pan e sobrou um pouco de dinheiro que vou usar agora. Estou em busca de patrocínios, mas não posso pedir de novo para as mesmas empresas que me ajudaram, né? Mas o pessoal da corrida de rua tem me ajudado muito”, agradece.
Confira o vídeo promocional do Mundial de Kung Fu:
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