O fundo de tela do celular do baiano Luan “Miau” Santiago (12-2) é bem sugestivo.
O peso-leve (até 70 kg) de 23 anos, que disputa o título interino do Brave Combat Federation nesta sexta-feira (3), em Belo Horizonte, olha para o cinturão do campeonato toda vez que mexe no aparelho.
O foco no objetivo é constante.
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“Só quero pegar meu cinturão”, repete o representante da academia curitibana CM System, eleito melhor lutador do Brasil em 2016.
Entre Miau e o título está o experiente Lucas “Mineiro” Martins (19-3). O atleta da casa, seis anos mais velho, tem no currículo sete combates no UFC e vem de quatro triunfos seguidos desde que deixou a organização, em 2015.
“É um cara de nome, bastante habilidoso. Mas está no meu caminho. Ele é bom, meu irmão, mas eu sou ruim e por isso vou bater nele. Minha luta não vai passar de dois minutos e meio”.
“Vou nocauteá-lo. Se vier pro chão, vou finalizar”, aposta.
Apesar da confiança elevada, Miau, excepcionalmente, prometeu se comportar e não provocar Mineiro durante a promoção do Brave 11. Algo duro para quem é fã do estilo provocador do irlandês Conor McGregor.
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Ambos se conheceram há um ano, durante a primeira edição do Brave no Brasil, em Curitiba. Viraram amigos e até hoje trocam mensagens no WhatsApp.
“Faz parte de mim. Gosto do trash talk. A palavra tem poder… Você atrai as coisas com o que fala, mas também faço por onde. Treino pra caramba e se falo que vou nocautear com um direto, vou nocautear assim”, explica Luan, que assiste a todos os vídeos de McGregor, tem camiseta do irlandês e até torceu para ele no fatídico encontro com o então campeão José Aldo.
Rumo ao UFC?
Antes mesmo de disputar a cinta do Brave, Luan Santiago já imagina seus próximos passos na carreira. Contando com o duelo com Mineiro, ele tem apenas mais duas lutas na organização do Oriente Médio.
“Primeiro vou pegar o cinturão interino e depois o linear, que é daquele marroquino frouxo [Ottman Azaitar]”, fala.
“Terminando meu contrato, posso renovar, depende da oferta. Posso crescer junto com o Brave se fizerem uma oferta muito boa. De qualquer forma, ainda vou para o UFC”, planeja o baiano, que tem a força nos golpes como principal característica — 83% de suas vitórias (10) foram por nocaute.
Miau garante que já teve chances de lutar no octógono mais famoso do mundo. Em quatro oportunidades, foi chamado de última hora para substituir um atleta lesionado — três vezes não conseguiu o visto em tempo hábil; em outra, no Brasil, o adversário recusou enfrentá-lo.
“Anota aí: vou ser campeão do UFC em três anos… Quero ser aquele cara que todo mundo diz que quer bater”, fecha o pupilo do técnico Cristiano Marcelo.
Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo
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