Em pouco mais de uma semana, a vida da boxeadora Luana Barbosa mudou consideravelmente — para melhor.
No fim de setembro, ela disputou o Campeonato Brasileiro de Boxe como uma mera desconhecida. Com apenas quatro lutas no cartel, a atleta de 20 anos chegou ao pódio da competição e garantiu um ano de participação no Bolsa Atleta (R$ 925 mensais).
Mas não parou por aí. A peso-mosca (até 51 kg) impressionou o técnico da seleção brasileira de boxe, Mateus Alves, e foi convocada para duas semanas de treinamento no Centro Olímpico de Boxe, em São Paulo. Os treinos começaram no último domingo (8).
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“Na verdade eu não esperava [ser chamada para a base de treinos da seleção]. Meu pensamento sempre foi focado em vencer. Depois da minha primeira luta, o Matheus veio falar comigo e me motivou ainda mais”, conta a curitibana de 1,55 m de altura, chamada carinhosamente de ‘Ratinha Minnie‘ pelos colegas de treino.
“Olha meu tamanho, né?”, brinca Luana, que antes da competição sequer tinha certeza se seguiria a carreira nos ringues — migrar para o MMA era uma opção viável.
Agora, o sonho é chegar na Olimpíada de Tóquio-2020. Depende dela.
“Ela tem, sim, possibilidade de tentar a vaga para 2020. Precisa ter esse foco. As titulares estão um pouco à frente por causa da experiência internacional, mas há exemplos de novatas que conseguiram seu espaço. A Luana pode seguir o mesmo caminho”, acredita Alves.
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Depois do primeiro teste na seleção, Luana deve voltar a São Paulo em novembro para mais um período de avaliação. Caso seja aprovada, será convocada para integrar a equipe permanente na capital paulista a partir de janeiro.
“Vou para lá para mostrar que posso ser uma atleta de alto rendimento”, disse Luana, que desistiu do negócio próprio, um pet shop, para apostar tudo na luta.
“Mostrei [no Brasileiro] que tenho muita garra. Viram potencial em mim, viram que sou dura e é isso que eles querem”.