Até abril de 2013, uma semana antes de Conor McGregor estrear no UFC, o departamento de bem-estar social da Irlanda tinha um papel crucial na vida do então desconhecido lutador.
Aos 24 anos, dono de um cartel com 12 vitórias em 14 lutas profissionais de MMA, Notorious não ganhava o suficiente para viver sem auxílio do governo.
Anos antes, ele havia desistido de uma carreira como encanador para se dedicar à luta. Mas como o dinheiro das bolsas era escasso, um programa similar ao bolsa-família lhe dava 180 euros semanais — cerca de R$ 750 na cotação atual.
Quatro anos depois, McGregor está prestes a receber US$ 100 milhões, no mínimo, para enfrentar o americano Floyd Mayweather em um ringue de boxe neste sábado (26), em Las Vegas.
“É absolutamente insano”, comentou McGregor à reportagem do The Guardian, ainda em agosto de 2015, sobre sua incrível ascensão.
“Quem escalou ao auge do mundo da luta assim? Ninguém da Irlanda. E fazer isso no tempo que fiz, tão rápido? É surpreendente. Mas nunca esqueço as dificuldades, nunca esqueço de onde vim, nunca esqueço os tempos difíceis. Eu me belisco [para ver se não estou sonhando] porque estou cercado de luxo. Mas não se engane, são luxos construídos por sacrifício”, enfatizou.
Na época da entrevista, o irlandês havia acabado de conquistar o cinturão interino peso-pena (até 66 kg) do UFC — e curiosamente já sonhava alto com um lucrativo duelo contra Mayweather, 12 vezes campeão mundial de boxe.
Notorious recebeu uma bolsa declarada de US$ 580 mil pelo nocaute sobre Chad Mendes.
No duelo seguinte, quando precisou de 13s para nocautear o favorito José Aldo, o prêmio foi de US$ 590 mil — o valor total, no entanto, é maior que isso: entenda o porquê nesta matéria.
Campeão, McGregor subiu de patamar mesmo a partir da luta contra Nate Diaz. Nos meio-médios (até 77 kg), duas categorias acima, ele foi derrotado por finalização, mas embolsou pela primeira vez um valor milionário (US$ 1,090 milhão).
Na revanche contra o mais novo dos irmãos Diaz, em agosto de 2016, ele triplicou o montante (US$ 3,090 milhões) e ainda devolveu o revés para o americano.
Três meses depois, o irlandês lutou pelo cinturão dos leves (até 70 kg), nocauteou o campeão Eddie Alvarez e faturou o maior salário da história do UFC até aqui: US$ 3,590 milhões.
Em apenas dez lutas no octógono, McGregor chegou a um patamar nunca antes visto. Tanto que o próximo salto será para uma bolsa estratosférica no ringue.
Mudança tão radical que fica até difícil de acreditar que quatro anos atrás a maior estrela do MMA realmente dependia subsídio do governo para pagar as contas.
Abril de 2013
Venceu Marcus Brimage e levou US$ 76 mil (com US$ 60 mil pelo nocaute da noite).
Agosto de 2013
Venceu Max Holloway e levou US$ 24 mil
Julho de 2014
Venceu Diego Brandão e levou US$ 82 mil (com US$ 50 mil pela performance da noite).
Setembro de 2014
Venceu Dustin Poirier e levou US$ 200 mil (com US$ 50 mil pela performance da noite).
Janeiro de 2015
Venceu Denis Siver e levou US$ 220 mil (com US$ 50 mil pela performance da noite).
Julho de 2015
Venceu Chad Mendes e levou US$ 580 mil (com US$ 50 mil pela performance da noite e US$ 30 mil do patrocínio da Reebok).
Dezembro de 2015
Venceu José Aldo e levou US$ 590 mil (com US$ 50 mil pela performance da noite e US$ 40 mil do patrocínio da Reebok).
Março de 2016
Perdeu para Nate Diaz e levou US$ 1,090 milhão (com US$ 50 mil pela luta da noite e US$ 40 mil do patrocínio da Reebok).
Agosto de 2016
Venceu Nate Diaz e levou US$ 3,090 milhões (com US$ 50 mil pela luta da noite e US$ 40 mil do patrocínio da Reebok).
Novembro de 2016
Venceu Eddie Alvares e levou US$ 3,590 milhões (com US$ 50 mil pela performance da noite e US$ 40 mil do patrocínio da Reebok).
