O site Balanço da Bola fez um levantamento que expõe em números a triste realidade dos estádios brasileiros. Exceto por Corinthians, Palmeiras e Flamengo, os outros 17 clubes do Brasileiro da Série A não conseguem levar público para encher sequer metade da capacidade dos palcos em que atuam.
E a situação é ainda mais crítica para Atlético e Coritiba em termos de taxa de ocupação.
A Arena da Baixada tem taxa média de ocupação de apenas 37% – ou seja, os jogos do Atlético têm público que alcança pouco mais de um terço da capacidade do estádio. E isso considerando que o Furacão faz boa campanha em 2016.
O cenário do Couto Pereira é ainda pior. As partidas do Coritiba têm público de somente 25% do estádio. Em outras palavras, o Alto da Glória fica 3/4 vazio durante o Nacional. O Coxa não vem bem, mas não justifica.
Agora, o que explica o cenário desolador?
Há uma justificativa fácil. A de que os torcedores não se “engajam”, não se associam, de que os brasileiros não dão tanta bola para o futebol, especialmente quando os times não cumprem campanhas satisfatórias. Tem algum fundamento, mas prefiro outra.
Prefiro a explicação que aponta para a preguiça dos clubes em arranjar soluções para aumentar os públicos. Os planos de sócios foram um bem para o futebol, mas já têm mais de uma década. Vários estão ultrapassados e esgotados.
Entre outras alternativas, acredito que os clubes devem dar atenção aos torcedores que não querem, ou não podem, ser sócios, mas gostariam de comparecer eventualmente. Reservar um setor do estádio para ingressos populares, quem sabe.
Curiosamente, o Atlético obteve suas melhores taxas de ocupação quando fez promoções de entradas. Contra o Criciúma, pela Primeira Liga, bateu em 79%, com público de mais de 33 mil pessoas. E diante da Chapecoense, na Copa do Brasil, fez 52%, com 22 mil pessoas.
É um sintoma. Uma amostra de que há um número considerável de rubro-negros querendo frequentar, mesmo que eventualmente, os jogos do clube. Qual a melhor forma para incluí-los na rotina do clube? É preciso estudar.
Seja qual for o caminho, de certo que não dá mais para aturar nossos estádios “cheios” de lugares vazios a cada rodada.
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