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Autuori não gostou de ser chamado de rei, e tomou uma atitude de majestade

Jonathan Campos/Gazeta do Povo (Foto: )

Paulo Autuori não gostou do texto em que eu disse que vinha agindo como um rei. E o que fez? Tomou uma atitude digna de majestades: não fala mais com a Gazeta. Em outras palavras, reforçou a análise que eu fiz de que, pelo menos ultimamente, não anda suportando críticas, embora adore fazê-las.

Desde que chegou ao Atlético, o técnico já detonou a torcida do clube. Certa vez, disse que “jogou para trás”, como o Uol registrou. Mais tarde, não gostou que atleticanos criticassem Marcos Guilherme, segundo o Globo.com. E não há uma coletiva em que não esculhambe algo: CBF, FPF, gramado, jogo na segunda, calendário, imprensa (tem todo o direito), televisão, redes sociais etc. Basta digitar “Autuori critica” no Google e se fartar.

Acho ótimo. Postura crítica sempre faltou no futebol brasileiro, especialmente entre clubes, técnicos e jogadores, com raríssimas exceções. É absolutamente fundamental que tenhamos vozes dissonantes e Autuori tem sido a mais ruidosa delas. Quando não há opinião, não há reflexão. E os 7 a 1 se repetem sem parar.

Agora, é curioso perceber que Autuori não tolera ser criticado. Só criticar. Não é o meu caso, não vejo problema na discordância. Sou criticado o tempo todo. Nos comentários, nas redes sociais, muitas vezes com xingamentos e todo tipo de covardia de gente anônima. Lamento, mas tem sido assim. É o preço que se paga por falar o que se pensa.

Agindo desse jeito, Autuori toma o mesmo caminho da intolerância, por exemplo, de Hélio Cury, presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), e Marco Polo Del Nero, presidente da CBF. Os dois cartolas não falam com ninguém, não respondem perguntas, só fazem pronunciamentos. Não há contraditório.

É interessante perceber ainda que no texto que escrevi sobre o treinador, tratei basicamente do aspecto técnico, de que o Rubro-Negro vem jogando mal, opinião compartilhada por parte da torcida, inclusive. E o elogiei amplamente, dizendo até que deveria permanecer no Furacão como diretor, dada a sua capacidade. Jamais defendi sua saída.

No entanto, o treinador não gostou de alguma coisa. Nem disse exatamente o quê não o agradou.  E apesar de se considerar um súdito no CT do Caju (todo mundo sabe quem é, de fato, o rei), Autuori agiu com autoridade soberana, sem qualquer contestação. Como um verdadeiro monarca.

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