Falcão cunhou a frase definitiva. “O jogador de futebol morre duas vezes. A primeira, quando para de jogar”. Com apenas 21 anos, Jean Chera morreu para a bola nesta semana.
A notícia foi dada pelo Globoesporte.com. Após uma série de frustrações, o ex-craque mirim desistiu. Praticamente não virou atleta profissional. E resolveu vender tudo e voltar para a cidade natal, Vera, no Mato Grosso, para morar com a namorada.
Tudo começou na ADAP, com 1o anos. Do interior do Paraná, Chera foi para o Santos, Genoa, Flamengo, passou rapidamente pelo Atlético, Cruzeiro, Oeste, futebol da Romênia, Grécia, Espanha, voltou para o Cuiabá, de novo o Santos e Portuguesa Santista.
Entra para a história já como um clássico dos novos tempos do futebol. Guri cheio de talento que ganha mídia, fama e, junto, cobranças demais. Dos clubes e, especialmente, da família, que enxerga num piázinho uma Mega Sena premiada.
São poucos os que conseguem sobreviver, como Neymar, desde moleque apontado como futuro gênio. A decepção é normal. Ser diferente nas categorias de base não é garantia de sucesso entre os adultos. É outra exigência física, técnica, emocional…
Morrem dezenas de craques-mirins todo mês no Brasil. Descanse em paz, Chera. E sorte na segunda vida.
Observação: Como algumas pessoas não entenderam o significado de “piá de bosta”, como uma “criança inocente”, um “guri de nada”, expressão informal absolutamente comum para os paranaenses, alterei no texto acima. É uma pena que esse tipo de coisa ganhe mais atenção do que o objetivo do texto, claramente uma homenagem ao Jean Chera, craque-mirim que acabou engolido pela pressão da bola, insuportável para a maioria dos meninos como ele. E a quem desejei toda a sorte daqui para frente.
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