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Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Marcelo Andrade/Gazeta do Povo| Foto:
Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

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O amistoso do Atlético contra o Peñarol, na última quarta-feira, serve para mostrar como algumas “verdades” relacionadas ao futebol, empurradas goela abaixo dos torcedores, são absolutamente questionáveis.

A partida na Baixada teve ingresso baratíssimo. Com promoção, uma entrada custava apenas R$ 10. E, dentro do estádio atleticano, para a surpresa geral, a cerveja foi vendida livremente.

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Para algumas autoridades, a combinação dos dois fatores – bebida alcoólica e entrada barata – é a senha para a violência. São os dois aspectos comumente apontados como desencadeadores da desordem nos estádios.

A bebida porque deixa o torcedor “alterado” e, portanto, mais propenso a praticar algum ato hostil. E o preço barato atrai pobre e, na lógica deles, não na minha, pobre normalmente não tem educação.

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E por que não ocorreu nada na Arena? Simplesmente porque nem a cerveja e, muito menos, a entrada acessível, são os responsáveis pelas brigas. O problema é outro, bem mais profundo e difícil de enfrentar.

Há violência no futebol porque há violência em todo lugar. Há violência no futebol brasileiro porque o Brasil é um dos países mais violentos do mundo. Em 2014, houve 59.627 homicídios no país.

A situação é tão grave que, para alguns, é mais fácil encontrar desculpas. Culpar a cerveja e proibi-la. Ou desencorajar os ingressos baratos. É uma forma de “mostrar serviço” e “administrar” a situação.

Enquanto isso, não avançamos nas causas reais para conter o problema que é, obviamente, importante. E o torcedor fica privado de tomar uma simples cerveja que, sozinha, não mata ninguém.

Obs: é evidente que o fato de ter sido um jogo de torcida única ajudou no “projeto de segurança”. Por outro lado, havia jogo do Paraná no mesmo horário, com a torcida do Coritiba ainda “escoltando” a do Avaí. E, mesmo assim, tudo correu bem.

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