O Mesa Redonda na CNT reinou absoluto na noite de domingo por uma década na televisão paranaense, entre os anos 90 e 2000. Período em que o programa de debate sobre futebol colecionou audiência e passagens que se tornaram clássicas da atração que chegou a ser transmitida para 14 estados. Com o tempo, foi perdendo força até sumir. Relembre momentos marcantes:
A cirurgia do Sicupira
Sicupira, comentarista titular do Mesa, sumiu do programa. Eis que, quando retornou, o motivo ficou notável. O velho craque havia feito uma cirurgia plástica no rosto que pôde até ser avaliada pelos telespectadores numa tela “antes” e “depois”.
Boa noite especial
Tudo iniciava com o tradicional “boa noite”, quando cada comentarista fazia uma saudação, geralmente indicando um personagem ou clube. Certa vez, com os times paranaenses em alta, Capitão Hidalgo inovou: “meu boa noite vai para o contexto”.
Chute no Pachequinho
O repórter Ney Inácio realizava matérias especiais. Na mais marcante, flagrou o técnico Leão, do Atlético, mandando que o time batesse em Pachequinho, do Coritiba. Ordem captada por um microfone na janela do vestiário do Furacão, no Pinheirão.
Jabás eternos
O apresentador Fernando Gomes caprichava na exposição dos patrocinadores. Todos os convidados eram agraciados, ao vivo, com uma tonelada de jabás. Destaque para o Café Damasco e os Vinhos Campos Largo. Havia ainda o sorteio de bolas Manre e a Vila Romana.
Tristezas
O programa passou por dois momentos especialmente tristes, quando da morte dos narradores Lombardi Junior e Rosildo Portela. Lombardi se foi em 1994, após um acidente de barco. E Portela em 2000, vítima de um acidente de carro.
Fúria do Capitão
Confesso aos leitores que não lembro os detalhes. Apenas que, numa determinada noite, Capitão Hidalgo irrompeu em fúria, rasgou o regulamento de algum campeonato e atirou o papel na frente da bancada, na direção das câmeras.
Reveja a abertura do programa
Álvaro Dias x Eurico Miranda
Convidado, Eurico Miranda, deputado federal e dirigente do Vasco, fez ao vivo insinuações sobre a sexualidade do senador Álvaro Dias, então presidente da CPI do futebol. Mais tarde, Dias foi ao programa e chamou o vascaíno de “notório corrupto”.
Meu boa noite vai para…
Valter Xavier era um dos comentaristas substitutos do programa. Acabou protagonista de uma passagem clássica quando esqueceu seu “boa noite”. “Meu boa noite vai para… (silêncio)… para… esqueci”. A gargalhada foi geral.
Choque cultural
O Mesa Redonda Paraná fazia link com o do Rio. Era sempre uma confusão por causa do delay. Valia só pela sacanagem entre Sicupira e Gérson, o Canhota, ex-colegas de Botafogo. E a saudação do Gilson Ricardo, no melhor carioquês: “E aí, Ferrrrrnandão”.
Debates acirrados
Como todo programa futebolístico, os debates eram acirrados. Alguns, entretanto, mais que outros. Destaque para, na metade dos anos 90, um confronto pegado entre Mario Celso Petraglia, presidente do Atlético, e Joel Malucelli, do Coritiba.
Sessão de abraços e convidados
O final do Mesa era uma várzea. Chance de alguns convidados que ninguém conhecia aparecerem na TV para divulgar atrações bizarras. E, claro, oportunidade também para os comentaristas distribuírem abraços e fazer média.