A saída de Neymar do Barcelona para o Paris Saint-Germain reforça uma das principais características do maior craque brasileiro. O atacante encara a carreira como se comporta com a bola nos pés: na base do individualismo. Valem mais os títulos pessoais do que as conquistas coletivas.
Direito dele, claro. Neymar, Neymar pai, Gil Cebola e os parças são soberanos sobre o próprio destino. Agora, diante das razões que fizeram o camisa 10 do Brasil abandonar o Barça, fica fácil afirmar: Neymar pode, e deverá, ser o maior do mundo, como tanto sonha. Mas jamais será um mito como Messi.
O argentino também já recebeu sondagens e propostas pornográficas como a oferta do PSG que o brasileiro aceitou: salário anual de R$ 111 milhões. Nada mal, certo? Messi, entretanto, preferiu ser mito. Criado nas canteras do Barça, escolheu ser fiel ao clube que o revelou. E é nos times que está a paixão.
Fidelidade (muito bem paga, claro, e com justiça) que pode ser ilustrada com uma montagem que está circulando pela internet. Messi aparece ao lado de uma série de meias e avantes consagrados que vestiram a camisa azul e grená clássica. Todos passaram, La Pulga ficou. Messi é eterno no Camp Nou.
Enquanto Neymar arruma as malas, os torcedores do Barça queimam camisas dele em praça pública. Até mesmo os santistas tem alguma bronca do jogador, revelado no Peixe. Basta dizer que na final do Mundial, perdida pelos paulistas para o Barça, Neymar já negociava com os espanhois.
E os times vão ficando para trás na carreira do brasileiro, um a um. Quem duvida que daqui a alguns anos Neymar não possa trocar o PSG pelo Real Madrid? Ou, quem sabe, voltar ao Brasil para fechar a carreira no Corinthians depois de um caminhão de dinheiro despejado na conta de Neymar pai.
Neymar e o umbigo maior do mundo
De certo, que o craque tem tudo para realizar o projeto pessoal de se tornar o melhor jogador do planeta. Categoria tem de sobra e, sem a concorrência de Messi, que já tem 30 anos (cinco vezes melhor do mundo), terá só para si na França uma equipe forte o suficiente para brigar por títulos e o reconhecimento que o move.
Agora, se a conquistas não ocorrerem, o que é possível, diante de rivais igualmente poderosos, não tem problema para o brasileiro. Mais importante, são os feitos individuais, é a satisfação do ego, inflar o próprio umbigo. Por isso, Neymar jamais será um mito.