Ortega imaginou um pênalti. Aproveitou o contato com Jean e simulou o lance. Coube ao árbitro Rafael Traci materializar a falta que só existiu na cabeça do apitador, pra ninguém mais. Juan bateu e abriu o placar nos 3 a 0 do Coritiba sobre o Paraná.
Assim segue o futebol. Jogos são decididos e campeonatos são conquistados com jogadas falsas. É confuso. O pênalti não existiu, mas acabou existindo, entende? E a partir daí, o Alviverde venceu o Tricolor. Mas… sempre haverá um porém.
Tomar um gol em pênalti inventado é um prejuízo imenso. Tomar o primeiro gol do jogo em pênalti inventado é pior ainda.
Tanto que é possível afirmar que depois daquela marcação equivocada, e da bola na rede, tudo ficou contaminado. Precisa ser relativizado para qualquer tipo de análise.
É como plantar uma prova, mesmo insignificante, numa investigação. Por mais que o acusado seja culpado, o processo perde a validade. Surgem dúvidas.
O Coxa poderia marcar logo em seguida e enfiar mais cinco no Tricolor? Poderia, claro. O Tricolor poderia ter aproveitado um contra-ataque, feito um gol e vencido a partida? Poderia também.
Jamais saberemos o que aconteceria. Como jamais saberemos como seria o mundo se os Hell’s Angels não tivessem assassinado aquele cara no show dos Rolling Stones em Altamont. Se não existisse a pílula anticoncepcional. Ou o que seria do futebol brasileiro se Zico tivesse marcado contra a França em 86.
O fato é que um pênalti irreal transformou a realidade do clássico Paratiba do domingo 6 de março. E isso é terrível para o esporte.
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