A prefeitura de Curitiba já tem uma ideia alinhavada do que oferecer ao Atlético na conversa sobre as dívidas da Arena da Copa do Mundo de 2014. Clube e município devem se encontrar nos próximos dias para tratar da questão que se arrasta há anos.
Representantes da prefeitura consideram a possibilidade de “renovar” o decreto que foi assinado por Gustavo Fruet, no final do ano passado, nos últimos dias de gestão, e derrubado por Rafael Greca este ano, após intervenção do Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR).
A ordem empurrava para o Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), ligado à Fomento Paraná, a comercialização do potencial construtivo que bancou a reforma para o Mundial. Resumidamente, o decreto encurtava o caminho da quitação da dívida, com o repasse direto dos valores da venda.
Entretanto, para “voltar atrás”, o município tem exigências. A primeira, o Furacão aceitar pagar o valor das desapropriações de terrenos que serviram para a reforma do estádio. Atualmente, o montante está na casa dos R$ 25 milhões e o município cobra na Justiça o pagamento.
Outra condição é a entrega pelo Rubro-Negro de uma área no prédio de imprensa anexo à Arena da Baixada. No acordo para viabilizar a Copa, a prefeitura acertou a cessão do local para implementar centros administrativos por cinco anos, sem nunca ter ocupado efetivamente.
E o Atlético aceita?
Resta aguardar e ver qual a posição do Furacão diante do atual cenário. Após ameaçar o município com um processo, para que divida por três o valor integral da Arena, cerca de R$ 360 milhões, o clube procurou a prefeitura para tratar do assunto. No entanto, ainda não foi marcado o encontro.
O Atlético deve ser representado por seu presidente, Luiz Sallim Emed, e pelo advogado que trata do tema, Luiz Fernando Pereira. A prefeitura, por sua vez, deve mandar Luiz Fernando de Souza Jamur, secretário de governo da gestão de Rafael Greca.
Mario Celso Petraglia, presidente licenciado do Conselho Deliberativo do Rubro-Negro, está atuando apenas nos bastidores. De acordo com fontes da prefeitura, a presença do cartola nas negociações tem dificultado para que se chegue a um acordo.
É importante reforçar, ainda, que tal negociação não tem relação direta com a discussão sobre o valor final da Arena. Como dito anteriormente, o Atlético pretende que a prefeitura pague um terço do valor final, de aproximadamente R$ 360 milhões, e não do orçamento inicial, de R$ 184 milhões.