Aprecio muito o trabalho da chef Renata Abreu e não escondo isso em minhas postagens. Já a conhecia desde os primeiros tempos do Zea Maïs, ela uma das integrantes da brigada toda feminina da casa. Quando o chef Hermes Custódio saiu do Vin Bistro para assumir o comando da cozinha do Castelo do Batel – em 2011 -, coube a ela, sous chef da casa, a responsabilidade de liderar a cozinha do restaurante.
E foi ali que essa jovem matogrossense se revelou em sua plenitude de cozinheira. Foram alguns anos de cardápio inspirado e consistente, alta gastronomia com qualidade e simplicidade, que é mesmo o que, no fundo do fundo, todo bom cozinheiro deve saber fazer.
Pois Renata saiu do Vin, teve nova passagem pelo Zea Maïs e agora está à frente de uma nova empreitada, o recém-inaugurado Bobardí, “restaurante cosmopolita”, segundo o material oficial de divulgação. E na nova casa, a chef se propõe a fazer exatamente o que tem feito nesses últimos anos: alta gastronomia sem segredos. Descomplicada, como fazem questão de dizer por lá, “um não à gourmetização”.
A vida corrida dos últimos dias não me permitiu acompanhar de perto os pratos que Renata Abreu concebeu para o cardápio da casa. Mas, sendo dela, já gostei, assim mesmo, no escuro.
Fui ao evento de inauguração e pude constatar tratar-se de um local muito bonito, bem moderno, justificando o “cosmopolita”. Pé direito alto, no meio do salão, uma jabuticabeira (no Madero das Mercês tem uma assim também) perto da escada que leva os clientes ao segundo andar do restaurante, um mezanino que pode servir até para eventos fechados.
A capacidade da casa é para 150 lugares. E esse é um detalhe que pode ser perigoso, se não for bem administrado, pois o grande espaço interno pode trabalhar contra, em dia de lotação média. Explico: 40 pessoas presentes a um local com capacidade para 60 passam a impressão de casa quase cheia. As mesmas 40, bom número de presença, em local que permite quatro vezes mais, deixam com jeito de casa vazia. E casa vazia, já se sabe, espanta a freguesia.
Bem, mas acho que os sócios do restaurante devem saber disso e, mais ainda, do que estão fazendo. O importante é que ficou tudo muito bonito – o projeto arquitetônico é de Giuliana Soncin – e o aproveitamento do espaço também, pois também há um minimercado, com duas prateleiras altas, onde são comercializados utensílios para cozinha, livros de gastronomia, chás da Moncloa, produtos e máquinas de café da Illy, cachaças e outros destilados premium, sais e temperos. Todos, de alguma forma, identificados com o restaurante.
Comes e bebes
Como já disse, só fui ao evento de inauguração e belisquei alguns petiscos que circularam pelo salão. Mas fiquei muito bem impressionado com as propostas de bebidas. Há uma extensa carta, desde os coquetéis, cervejas importadas artesanais e um mix de rótulos de vinhos que possam harmonizar perfeitamente com todas as refeições ou petiscos: além das garrafas, a cada semana uma seleção feita pelo sommelier César Simbala (ex-Alfredo) irá compor a máquina de vinhos inerte, que servirá taças de 75, 100 e 150 ml. A aposta do Bobardí está também nos drinques, criados pelo premiado bar curitibano Le Voleur de Vélo.
Na cozinha, a linha de Renata Abreu apresenta, entre outros itens, entradas como bruschettas de cogumelos e de tomates, burrata, steak tartare, saladas Caesar e Caprese e hambúrguer clássico. Como prato principal, algumas das sugestões são Risoto de frutos do mar com aroma cítrico, Fettuccine à carbonara, Polvo com batatas, Ossobuco de vitelo com polenta, Carré de cordeiro com purê de mandioquinha e, dentre as sobremesas, Cheesecake de frutas vermelhas, Créme brûlée, Bolo de chocolate e Alfajor de doce de leite.
Há também opções para os vegetarianos: uma boa variedade de saladas, risoto de brie e vagens francesas, sanduíche de berinjela e cheddar inglês, para citar algumas.
Todas as massas são produzidas artesanalmente no restaurante e todos os temperos e ervas são extraídos de uma mini-horta plantada nos fundos da casa.
Ainda, é claro, pretendo ir lá jantar, assim que a agenda desapertar. Não obstante, por tudo o que escrevi sobre Renata Abreu, posso cravar, sem qualquer receio, que “não fui, mas já gostei”. Mas estarei por lá qualquer dia desses e daí volto a tocar no assunto aqui no blog.
Ah, sim. O nome Bobardí é uma homenagem dos proprietários do restaurante à arquiteta italiana Lina Bo Bardi, reconhecida por ter projetado o Museu de Arte de São Paulo.
Bobardí
Avenida Munhoz da Rocha, 757 – Cabral
Fone: (41) 3057-3375
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