Pappardelle ao molho de faraona, um dos pratos mais saborosos do cardápio do Sapor Italia.
É o mais italiano de todos. Um cantinho da Itália, pode-se dizer. Pela disposição das mesas, pelas toalhas em xadrez, pelo forno à lenha bem à vista, pelos ingredientes à mostra, pendurados ou nas prateleiras. E pelo sotaque de Giovanni Luchini, o proprietário, que está à frente de tudo. Impossível relacionar a cozinha italiana em Curitiba sem citar a cantina Sapor Itália, que resgata a rica gastronomia daquele país exatamente como ela é, sem arroubos ou distorções por conta de algumas ousadias ou modernismos que vêm sendo aplicados por aí.
Toscano da cidade praiana de Viareggio, Giovanni Luchini sempre esteve ligado à boa cozinha. Durante 15 anos, em sua terra natal, tocou a La Paninoteca di Linchetto, um local parecido com uma cantina, com forno a lenha, que servia, entre outras opções, pizza e focaccia.
Chegou ao Brasil em 1993, andou por Parati, São José dos Campos e Rio de Janeiro, onde tinha uma padaria. Dois anos depois se estabelecia em Curitiba, fazendo massa em casa para vender aos amigos e conhecidos. Eram apenas três tipos de ravióli e quatro molhos e, para vender, contava com a ajuda da mulher, a brasileira Maria Emília Baggio Monclair, a Mia, com quem completa 18 anos de convivência. Ele na cozinha e no forno. Ela, no salão, comandando tudo e o único garçom da casa, Romeu, que também já está por lá há um bom tempo.
E bom tempo também fazia que não aparecia por lá. E está tudo praticamente igual. A única diferença, felizmente, está na carta de vinhos. Sim, já existe uma, embora os clientes mais assíduos já estejam acostumados a escolher pelas garrafas expostas na prateleira.
A Focaccina, massa leve, fina e crocante para começar o desfile de sabores.
Come-se muito bem, das pizzas crocantes à massa saborosa, das caças ao ossobuco inigualável. O que não é importado é feito no local ou vem de fornecedores rigorosamente selecionados, como os coelhos, carneiros, javalis ou galinhas de angola, que chegam recém-abatidos e inteiros. Todos frescos, nada congelado, para que Giovani aproveite a carne da forma como melhor entender. É ele quem faz a própria pancetta, comprando barriga de porco e temperando adequadamente. Da mesma forma como as massas de pizza, utilizando fermento natural a partir da matriz caseira com a qual trabalha sempre. E que dá um resultado final como só as pizzas italianas apresentam.
A mesma massa da Focaccina, que chega à nossa mesa enquanto os pratos principais são preparados. E depois, quando chegam o Gnocchi ao molho de coelho e o Pappardelle ao molho de faraona (a galinha d’angola), vem também a certeza de estar ali sempre um porto seguro da mais saborosa cozinha italiana.
De sobremesa, junto com um cálice de Crema de lemoncello – que o próprio Luchini produz, um Gelado de Nocciola, delicioso e cremoso sorvete de avelãs.
É um lugar encantador. Mesmo nos dias em que Luchini não está no melhor de seus humores – pois, como bom italiano, não absorve muito fácil quando alguns clientes ousam tentar modificar a alquimia de seus pratos, com algum queijo a mais ou molho de menos.
É garantia de bom paladar.
O Gnocchi ao molho de coelho. O delicado sabor da batata que se desmancha na boca. Com um molho leve e apetitoso.
Cantina Sapor Itália
Avenida Iguaçu 1270 – Rebouças
Fone: (41) 3018-1177
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