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Construção civil paranaense sai da tempestade e espera bonança com novos lançamentos em 2019

Depois da tempestade vem a bonança. É assim que a indústria da construção civil paranaense está encarando o próximo ano. Para o setor, a recuperação já começou. Uma sondagem feita pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR) aponta que 93% das empresas pretende manter ou contratar funcionários em 2019. É o melhor indicador desde 2014.

Segundo Marcos Kathalian, vice-presidente da entidade e responsável pelo banco de dados, a expectativa é de geração de 5 mil novos postos de trabalho, o que corresponderia a um incremento de 11%.

Quem mais pretende contratar funcionários são as empresas de médio porte: 51% delas falam em abrir vagas. E incorporadoras e quem trabalha com obras públicas têm expectativas mais favoráveis para a contratação de pessoal.

“Em Curitiba, há uma queda nos estoques de imóveis e há expectativas de novas concessões e do lançamento de parcerias público-privadas por parte dos novos governos.” Atualmente, segundo o sindicato, o estoque de imóveis na capital é estimado em 7 mil unidades.

O otimismo também se reflete nas perspectivas para o nível de atividade em 2019: 59% das empresas falam em aumentá-la. Um indicador tão positivo para o setor não é visto desde 2014. Os mais animados são as empresas de pequeno porte e as incorporadoras. O dirigente aponta que este segmento costuma reagir mais rapidamente, pois já tem um consumidor mais preparado para as compras.

Com o nível de estoque considerado baixo, 61% das construtoras admite que tem intenção de fazer lançamentos de imóveis em 2019. Já são pelo menos 324 unidades já programadas. E a expectativa é de que esse movimento ganhe força a partir do segundo trimestre de 2019, após o período de férias de verão e a passagem do Carnaval.

Novo ciclo

A entidade acredita que o setor está entrando em um novo ciclo, marcado por mais lançamentos e mais vendas, retomada da oferta de imóveis, mais confiança por parte de empresários e consumidores, um ambiente melhor de negócios, crescimento de investimentos e do nível de atividade.

“Há a possibilidade de uma possível agenda de reformas com o novo governo e novas formas de funding em desenvolvimento”, destaca Sérgio Luiz Crema, presidente do Sinduscon-PR.

As expectativas eram favoráveis para este ano, mas o cenário eleitoral extremamente polarizado e a greve dos caminhoneiros acabaram frustrando o que se esperava. A expectativa é de que o PIB da construção civil encerre o ano com uma retração de 0,5%, o melhor desempenho na taxa anualizada desde o 4.º trimestre de 2014.

Mas, mesmo assim, o setor já está coletando bons números: nos nove primeiros meses do ano, as vendas da indústria de materiais de construção aumentaram 1,2%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat); a produção física de insumos típicos para a construção cresceu 1,3%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); o financiamento imobiliário com base na poupança se expandiu 25%, conforme a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário (Abecip). E entre janeiro e outubro foram criados 82,1 mil postos de trabalho no setor, segundo o Caged/Ministério do Trabalho. O número de empregos com carteira assinada no Brasil está nos patamares de 2009.

No Paraná, a previsão é de o número de trabalhadores com carteira assinada na indústria da construção civil tenha uma queda de 5% em 2018. Isso levaria o total de funcionários para 116 mil pessoas.  Em Curitiba e Região Metropolitana, essa queda deve ser maior: 7%. Mas a situação vem melhorando gradualmente.

E, tanto empresários quanto consumidores do setor estão bem animados. A confiança é a melhor em, pelo menos, seis anos, segundo a Confederação Nacional das Indústria (CNI)

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