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Você é um babaca? Faça o teste

Michael Scott, personagem do seriado The Office, personifica a babaquice com comentários sem noção e sentimento de superioridade. Foto: reprodução (Foto: )
Michael Scott, personagem do seriado The Office, personifica a babaquice com comentários sem noção e sentimento de superioridade. Foto: reprodução

Michael Scott, personagem do seriado The Office, personifica a babaquice com comentários sem noção e sentimento de superioridade. Foto: reprodução

Sem querer ofender, mas talvez você seja um babaca e não saiba disso. Quem diz isso é o professor de filosofia da Universidade da Califórnia Eric Schwizgebel, que escreveu um interessante artigo para o site científico Nautilus — na verdade, quase um tratado sobre os “jerks” (termo em inglês que define os babacas/idiotas). Então responda rápido:

1)Você acha que está cercado de gente idiota?

2)Tem muita gente a sua volta que não merece sua atenção?

3)As pessoas perto de você têm mau gosto?

4)Elas são aberrações, infantis, limitadas?

5)Você fala muito e, geralmente, para que todos notem sua presença?

Se as respostas foram “sim”, cuidado! Você pode não ser apenas “crítico demais”, mas um legítimo babaca (um babaca roots). (P.S: o teste é simples mesmo, o autor deste post não está sendo babaca).

Explicação

Para o filósofo, o babaca é a pessoa que “não consegue se colocar no lugar da outra” e “trata os outros como objetos a serem manipulados ou tolos com que ele precisa lidar”, por exemplo. Para o babaca, as outras pessoas têm valor inferior. “O garçom no restaurante não é uma pessoa que desperta interesse [no babaca], que tem uma história de vida que pode ser interessante. É só uma ferramenta segurando seu prato ou um tolo no qual se pode descontar a raiva”, diz.

As pessoas abaixo do babaca na hierarquia social, ele pensa, não têm talento como o seu e por isso merecem trabalhos inferiores.

É tudo meio intuitivo. Se você está achando isso, talvez não seja babaca. Pois o babaca verdadeiro tem dificuldade de reconhecer esse comportamento e corrigi-lo (se é que ele deseja corrigir). Para facilitar, sugere Schwizgebel, dá para pensar no oposto da babaquice, que é a doçura [“sweetheart” pode ser traduzido como “fofo” também, se você preferir]. As pessoas desta segunda classificação são as que gostam de ajudar os outros; são solicitas, leais e, nos casos em que há conflitos, admitem a possibilidade de estarem erradas ou serem culpadas.

Mas pode se acalmar, caso tenha percebido semelhanças no seu comportamento. O filósofo pondera que ninguém é puramente babaca ou fofo. Há diversos graus neste espectro. É importante saber se você está mais para um ou outro, porém. “Onde você está na escala entre doçura e babaquice, e em que situações, com que pessoas?”, ele sugere questionar.

Quer um teste rápido para descobrir isso? Use o método dos psicólogos Russell T. Hurlburt (Universidade de Nevada) e Mihaly Csikszentmihalyi (Universidade de Claremont): coloque um alarme para despertar em diferentes horários do dia e, cada vez que despertar, escreva o que você está pensando do mundo ao seu redor.

Limitação 

O curioso é que, embora seja um comportamento comum, não existe na uma compreensão acadêmica definida do que é a babaquice. O mais próximo disse é o que Schwizgebel define como “tríade obscura”: narcisismo, maquiavelismo e psicopatia.

Mas tem diferenças. Nas palavras de Schwizgebel: “Ainda assim, narcismo não é como a babaquice, pois envolve o desejo de ser o centro das atenções, o que nem sempre o babaca quer. Personalidades maquiavélicas tendem a tratar as pessoas como objetos que eles podem usar para seus próprios fins, o que os babacas também fazem. Mas não são coisas exatamente iguais, pois o maquiavelismo envolve um cinismo consciente, enquanto os babacas são geralmente ignorantes sobre a tendência de seus desejos”.

“Pessoas com personalidade psicopata são egoístas e cruéis, como os babacas, mas eles têm inclinação por aceitar riscos, enquanto os babacas costumam ser calculistas e avessos a riscos”, completa o professor.

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