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Com Subburbia e Wack, a fita K7 ressurge em Curitiba

A certeza de que o CD acabou mesmo veio na rua. Emil, vocalista e baixista da banda Subburbia, voltava de um show do Wack, em Curitiba, quando viu um músico distribuir discos a quem se interessasse minimamente. “Pô, a galera jogou todos eles no lixo”, lembra. “Morreu mesmo. Acho que só o Bowie ou, sei lá, o Bruno Mars devem vender Cds”.

O insight serviu como um propulsor retrô. Já que o CD foi para o vinagre, então, nada melhor do que… lançar bandas em fitas K7. “Não é a salvação da indústria, é a maneira mais massa de lançar alguma banda hoje”, defende o músico, integrante da Terry Crew – “isolamento e frustração deram origem a esse misto de gangue, comunidade cultural e núcleo de produção” – em que há DJs, bandas e escritores.

Fitas K7 (!) na

Fitas K7 (!) na “prensa”.

E as fitas ganharam Curitiba. “Grava, parafusa, pinta, fecha. Dá um trabalho dos diabos”, diz Emil. “É tudo artesanal.” Os contemplados, nessa primeira leva de 40 fitas, são Wack e Subburbia, com 16 músicas, oito no lado A, oito no lado B. Vendidas a R$ 5, as K7 acabaram “rapidinho”. Uma banda de Sorocaba chamada Club America será a próxima vítima.

Dar um passo tecnologicamente anacrônico combina com a Subburbia, banda chegada numa estética garageira. E também é um alento analógico a esse mundo binário demais. O que pode ser motivo de pulga atrás da orelha, no entanto, é a sonoridade do suporte, defendida à unha por Emil. “Ah, isso é relativo. Aquele abafado é único, tem uma estética própria que combina com a gente. E um grave mais grave do que o do CD.” Muito bem.

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Terry Crew, a “gangue” cultural.

Por falar nisso, vale lembrar da banda gaúcha Apanhador Só – cujo disco Antes que Tu Conte Outra foi eleito o melhor de música popular deste ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte. Em 2011, os guris lançaram em K7 o álbum Acústico-Sucateiro.

E, num pensamento mais amplo, vale lembrar da força do que vem do passado, ao menos na música. Os últimos dados em relação ao mercado de vinil, por exemplo. O Reino Unido fecha 2013 como o melhor ano para o mercado de bolachões desde 2001, com vendas chegando à casa das 700 mil unidades.

No Brasil, o mercado de vinil ainda está fora do radar da Associação Brasileira de Produtores de Discos. A produção nacional se resume à única fábrica da América Latina, a Polysom, no Rio, que voltou a funcionar em 2009. Desde então, a empresa pulou de 25,4 mil discos (LPs e compactos) para quase 60 mil até novembro de 2013 – crescimento de 136%.

Ah, sim. A Subburbia toca hoje no 92 Graus, na companhia da catarinense Rocket Thieves, É às 22 horas.

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