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Estreia do Coletivo Atlas faz dos “novos curitibanos” uma lenda

My Glowing Lens, do Espírito Santo, estreia em Curitiba. (Foto: )

Há alguns anos, pouco depois do estouro inesperado da Banda Mais Bonita da Cidade, resolveram que o conjunto de alguns grupos que orbitavam esse microcosmo (Subburbia, Namorada Belga, One Sky Two Visions) seriam chamados de “novos curitibanos.” A ideia foi para as cucuias em tempo recorde. E hoje, diferente de outros rótulos que até conseguem definir um gênero musical no tempo e no espaço, não passa de piada.

O que faltou nessa fantasia, para além de “bandas legais fazendo um som legal”, foi uma sintonia primária e natural para além das similaridades musicais – aliás, nem isso aqueles grupos tinham entre si. Um projeto que nasceu neste ano, e que envolve, essencialmente, um pensamento em comum, pode de fato criar uma subcena coerente, seja lá como se chame. Mas não que precisemos.

My Glowing Lens, do Espírito Santo, estreia em Curitiba.

My Glowing Lens, do Espírito Santo, estreia em Curitiba.

Idealizado por Francisco Bley (vocalista e guitarrista da banda Dunas) e Lorenzo Molossi (baterista da Dunas e capitão do projeto Veenstra), o Coletivo Atlas, criado há alguns meses como plataforma de encontro e divulgação de grupos e artistas, estreia hoje “ao vivo.” My Magical Glowing Lens (ES), e as curitibanas Marrakesh e Farol Cego, todas integrantes do coletivo, se apresentam nesta quarta-feira à noite no DamaDame (mais informações ali embaixo).

“Tudo aconteceu de forma bem espontânea, não planejada. Nossa ideia era abrir espaço para receber novos projetos, e as pessoas começaram a mandar. Veio um monte de coisa, foi muito louco”, diz Bley. “Um monte de coisa”, hoje, resume-se a 16 projetos e bandas iniciantes mas não amadoras, como a Glowe, sobre a qual tratamos aqui.

Em termos práticos, o Coletivo Atlas disponibiliza um estúdio para que as bandas gravem suas músicas. E pretende lançar, daqui a algum tempo, uma coletânea em CD – fora a produção de eventos e shows, que deve aumentar a partir do ano que vem. “Mas a ideia ainda é embrionária”, enfatiza Bley. Em tempos de “clipe do ano, banda do século”, o cuidado é bem-vindo.

O projeto parece encontrar ecos Brasil afora. No Rio Grande do Sul há um coletivo chamado Honey Bomb Records, que “tem até uma casa própria!” No Espírito Santo, de onde vem (de ônibus) a My Magical Glowing Lens, a coisa anda parecida: gente que pensa da mesma maneira e que quer dividir para somar. Em Curitiba mesmo: recentemente houve a estreia da Volcano Produções, que pretende trazer bandas de fora da cidade para dividir palco com os curitibanos.

O Coletivo Atlas pode ser, sei lá, o embrião do nascimento de uma nova cena. Essa sim consistente, porque foge do artificialismo oportunista. Mas não que precisemos.

Serviço

Coletivo Atlas: My Magical Glowing Lens, Marrakesh e Farol Cego. Exposições: Sloppy Collage e Melanie Lamel. DamaDame (R. Tapajós, 19, Mercês). A partir das 18h. R$ 10.

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