Quando que aparecem as grandes oportunidades? É quando está tudo tranquilo? Não é assim que funciona na economia. A economia se move em ciclos: ela vai subindo e, em algum momento isso vira, e começa a cair. E esses ciclos de alta e queda vão se alternando. A parte importante é que esses ciclos não têm o mesmo tamanho, duração ou intensidade. O último ciclo brasileiro de contração, a crise, foi o maior da história. O PIB brasileiro encolheu mais de 10%, coisa que nunca tinha acontecido. Aí é que vem a parte interessante. Há sete trimestres, o PIB vem crescendo um pouquinho, apesar de toda a turbulência no Brasil e no mercado externo. O PIB cresceu, mas essa não é a percepção que as pessoas têm. Quando temos uma grande afundada na economia, só para voltar aonde estávamos vai levar muito tempo. O desemprego vai demorar para cair, a sensação para as pessoas será ruim por um bom tempo. Elas só vão se sentir otimistas quando ultrapassarmos o pico de riqueza que já tivemos no passado. Só que aí, vamos crescer mais um pouco, e quando a euforia for grande já estaremos perto da próxima virada para baixo. O que me traz ao seguinte ponto: para quem quer investir, começar algo novo, empreender, as grandes oportunidades não acontecem quando todos estarão otimistas, lá no final do ciclo. As grandes oportunidades acontecem em momentos de incerteza grande, como o momento atual.