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Quase sempre a discussão sobre privatizações no Brasil é dominada por emoções e o dogmatismo de cada um. Trazer alguns dados para a discussão nunca faz mal e é isso que eu gostaria de fazer. O Brasil tem 418 estatais. A Suíça tem quatro. A Austrália e Japão, oito. A Áustria tem dez. A Bélgica, 12. Estados Unidos e Reino Unido têm 16. A Dinamarca, 21; e o Chile, 25. Será que faz sentido, de fato, e o Brasil precisa ter um número tão grande de empresas estatais? Eu não vejo razão. Fundamentalmente, a gente ter muitas estatais distorce o funcionamento do capitalismo no Brasil, de várias formas. Primeiro porque você cria cabides de emprego para políticos colocarem pessoas que não estão lá para trabalhar pelo melhor para a estatal ou o governo. Essas pessoas se aproveitam de uma indicação política para um cargo que não é julgado pela eficiência — e recebem altos salários para isso, além de ser um caminho para a corrupção. Quando se tem um número grande de estatais, há outro impacto negativo, na arrecadação de impostos. Essas empresas tendem a ser menos eficientes, têm resultados menores e pagam menos imposto por isso. Esse dinheiro, que no caso de uma privatização, poderia ser usado para abatimento da dívida ou investimento em infraestrutura. Há muita coisa que melhoraria na economia brasileira se diminuíssemos o número de estatais.

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