De tempos em tempos, a Globo resolve mexer no “Vídeo Show”. Natural. Para um programa que está há tanto tempo no ar – 31 anos – a renovação tem que ser uma meta constante. O problema é que nem sempre a emissora acerta.
Em 2009, o programa passou por uma grande reformulação. Saiu do núcleo do excelente Mariozinho Vaz, que tinha encontrado um bom caminho para o programa, e passou para Boninho. Querendo trazer um pouco da experiência do “Estrelas”, Boninho fez uma reformulação geral. De cenário a conteúdo, de formato a vinheta. E o resultado foi desastroso. O trio de apresentadores e o formato que mais lembrava um “TV Fama” da Globo não agradou.
E lá foi o “Vídeo Show” voltar ao que era antes: focado na história e na memória da televisão brasileira. Em 2012, inclusive, um cenário mais “retrô” também foi lançado e a apresentação passou a ser de André Marques e Ana Furtado. Nos últimos dois anos, Boninho tinha conseguido acertar a mão ao fazer o programa voltar às origens e bons quadros como o “Novelão da Semana” foram lançados. Mas aí a Globo resolveu mexer de novo. E a direção de núcleo passou para Ricardo Waddington.
Era Waddington
Novo diretor, novo cenário, novos apresentadores e a despedida de André Marques e Ana Furtado marcaram o fim de 2013. Em outubro, um novo formato foi lançado: era quase um “Vídeo Show” 3.0. Zeca Camargo agora estava à frente do programa, que mais lembrava um talk show de fim de noite do que o “Vídeo Show”. Zeca, ao contrário do que se esperava, soou over e não agradou aos telespectadores. Resultado: entrevistas e tempos de estúdios foram enxutos e iniciou-se uma busca pela “antiga aura” da atração.
Os quadros que sempre fizeram sucesso voltaram ao ar, graças aos grupos de discussão. O “Túnel do Tempo”, o “Novelão da Semana”, e mais reportagens focadas nos bastidores das tramas. Depois, numa clara tentativa de diminuir a rejeição a Zeca Camargo, a Globo promoveu Otaviano Costa – muito mais descontraído e natural a frente do programa – a apresentador e lançou o ótimo quadro/game “8 ou 800”, que tem como combustível a memória da televisão brasileira.
Em tempos mais antigos, os noveleiros de plantão vibravam com matérias que mostravam os efeitos que encerravam os capítulos das novelas, com uma entrevista com Dirceu Rabelo e os locutores reservas da Globo, além dos bastidores, Falha Nossa e curiosidades sobre as aberturas e novelas da casa. Este é um dos melhores exemplos do que o Vídeo Show deve ser:
Não adianta tentar mudar radicalmente. Afinal, o público gosta e quer o velho “Vídeo Show”. Aquele que se alimenta do baú da televisão brasileira e que se retroalimenta da programação que está no ar. Aquele em que está cheio de “Falha Nossa”. Aquele em que a repórter entrava ao vivo do Projac mostrando as gravações do último capítulo de “Torre de Babel”. Aquele em que a essência é mantida. Aquele em que tem um único e puro objetivo: ser a memória viva da televisão brasileira.
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