No ano passado, escrevi um texto chamado de “O velho novo Vídeo Show” em que dizia que o programa precisava, urgentemente, voltar às origens. Isso significava ter muito mais matérias de bastidores e trabalhar com o material de arquivo da Globo (uma riqueza que a atração tem acesso irrestrito e é o sonho de consumo de muitos noveleiros).
Pois bem, passadas as reformulações do começo do ano, nas quais saíram Zeca Camargo e o tom de talk-show, o “Vídeo Show” parece ter voltado a sua essência. Exemplo disso foi a excelente edição apresentada no dia 23 de junho, que comemorou os 30 anos de “Roque Santeiro”. Para começar, a nossa amada Regina Duarte abriu o programa caracterizada de Viúva Porcina. Imagina só! Reviver um personagem 30 anos depois…(e com grande perfeição).
E assim Regina esteve durante todo o “Vídeo Show”, que recebeu também o ator Tony Tornado, que interpretou o capataz Rodézio em “Roque Santeiro”. Os atores relembraram as gravações, o sucesso da trama, e contaram curiosidades. Outro ponto alto foi a exibição da primeira chamada original da novela, narrada por Paulo Gracindo. Antigamente, ainda nos tempos de Miguel Falabella na apresentação, era comum a exibição de chamadas antigas, aberturas originais, making ofs e que tais. A atriz Cláudia Raia entrou ao vivo, por internet, relembrando a personagem Ninon.
Depois da justa homenagem à novela icônica, Mônica Iozzi saiu do estúdio do “Vídeo Show” e mostrou os bastidores de uma cena de “Babilônia“, que estava sendo gravada no estúdio ao lado, com as participações de Gloria Pires (que acabou confessando que não assistiu “Roque Santeiro” e, por conta do ritmo das gravações, também não tem muito tempo para ver “Babilônia” no ar), Thiago Martins e a diretora Maria de Médicis.
No texto do ano passado, concluí que “não adianta tentar mudar radicalmente. Afinal, o público gosta e quer o velho ‘Vídeo Show’. Aquele que se alimenta do baú da televisão brasileira e que se retroalimenta da programação que está no ar. Aquele em que está cheio de “Falha Nossa”. Aquele em que a repórter entrava ao vivo do Projac mostrando as gravações do último capítulo de “Torre de Babel”. Aquele em que a essência é mantida. Aquele em que tem um único e puro objetivo: ser a memória viva da televisão brasileira”. Graças à equipe atual e o excelente trabalho de pesquisa, o “Vídeo Show” encontrou seu trilho novamente. Tomara que continue assim.
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