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Primeiro dia em Pequim. E que dia!

Banheiro no aeroporto de Pequim (Foto: )

你们好,

Ni men hao,

Conforme falei no post  “Viajando pela China da semana passada, hoje vou contar como foi nossa viagem à Pequim, ou Beijing, 北京.

Nosso voo saía às 7:25 da manhã do aeroporto de Shenzhen e eu e Mina marcamos encontro às 6:10 no check-in.  Achei que fosse mais do que suficiente, pois já havíamos feito nosso check-in pela Internet e não iríamos despachar bagagem. No entanto, na China querido leitores, nada é muito previsível.

Primeiro, o aeroporto de Shenzhen tinha sido reformado (naquela velocidade chinesa que eu não canso de comentar) e agora estava do tamanho do de Pequim, Dubai e outros monstros pelos quais tenho passado. Ou seja, para ir de um lugar para o outro a gente demora um tempão andando, ainda mais quando se está carregando a mala nas costas! Sem falar do tempo que se perde tentando localizar o seu voo no painel de Partidas.

Além disso, o aeroporto estava lotado àquela hora da manhã, em pleno domingo! Para onde iam todos aqueles chineses, eu não tenho a menor ideia. Só sei que, como o povo chinês tem algo de latino, o aeroporto parecia uma feira livre com gente falando alto, criança correndo, mãe correndo atrás e por aí vai.

E, para piorar, ninguém sabia informar o que a gente tinha que fazer com o meu papelzinho A4 onde imprimi o comprovante do check-in online.

Leitores, lição número 1: quando um chinês não sabe a resposta, ele fala qualquer coisa para poder despachar você rapidinho e não ter que dizer “opa, não sei”. Por isso, eu e Mina passamos por diversos guichês tentando trocar nosso papelzinho, já amassado e meio rasgado de tanto abre-mostra-dobra-guarda-abre-mostra-dobra-guarda, até chegarmos à área de embarque e sermos “deportadas” de volta para o check-in, onde finalmente conseguimos trocar o papelzinho pelo cartão de embarque. Isso, com a mulher do check-in dizendo “nossa, vocês só tem 1 minuto para embarcar”. Um minuto num aeroporto daquele tamanho? Corre, Mina, corre!

Bom, quando finalmente entramos no avião, o clima entre mim e a Mina já estava meio fechadão, tipo ameaçando chuviscar. Confesso que minhas paradinhas para tirar as fotos do blog contribuíram um pouco para o nosso atraso. Enfim, só restava mesmo torcer para que a primeira hora da nossa viagem juntas não tivesse sido uma amostra do que aconteceria mais tarde.

Ao chegarmos ao aeroporto de Pequim, depois da paradinha técnica no banheiro (resolvi tirar foto do banheiro de todos os aeroportos pelos quais passamos para comparar com os do Brasil) pegamos o ônibus shuttle para o centro da cidade para, de lá, pegarmos outro ônibus para o hostel. Uma hora mais tarde, descemos do primeiro ônibus e fomos procurar o endereço do albergue em mais um dos meus papeizinhos amassados.

Eu lia em inglês para a Mina as instruções de como chegar ao hostel, ela falava ao telefone em chinês com o pessoal da recepção ao mesmo tempo em que eu conversava por Wechat com o Edvan que agora está morando em Pequim…

Nossa! Eu estava achando aquilo tão legal, tão cosmopolita, tão desafiador, que resolvi parar tudo e pedir para Mina tirar uma foto minha carregando meu mochilão nas costas, iPad numa mão e iPhone na outra. Poderosa! Foi aí que ela me olhou, levantou as sobrancelhas e disse: “Ih, esqueci minha mala dentro do ônibus do aeroporto”.

Dá para imaginar a minha cara? A gente não tinha nem descoberto ainda como chegar ao hostel e já precisava resolver um problema ainda maior. A viagem tinha começado a ficar com cara de “reality show” tipo “The Amazing Race” ou da série “Cilada” com o Bruno Mazzeo. Mas, apesar dos pesares, eu e Mina respiramos fundo e  resolvemos encarar, com a dignidade de duas gringas perdidas na China, à aventura que nos aguardava.

Liga dali, pergunta daqui, anda para lá, volta para cá até que localizamos o terminal do ônibus que ficava num prédio cinza (a senhora que nos ajudou dizia “Aquele prédio branco” – “Aquele cinza?” a Mina dizia, “Não, branco” insistia ela!) e encontramos a mala da Mina.

Em tempo, o prédio de longe parecia ser realmente cinza. Conclui que os pequineses já estão acostumados a distinguir a cor real das coisas encobertas na eterna névoa de poluição que cobre a cidade. Ou seja, a mulher estava certa: o prédio era branco.

Cinza ou branco, a realidade é que pela segunda vez no mesmo dia estávamos ouvindo alguém dizer “mas você só tem 1 minuto para chegar lá antes de o ônibus sair”.

_Mina, me dá suas coisas (mochila, sacola com a máquina fotográfica e tripé) e corre que depois te alcanço.

E lá estava eu com meu mochilão nas costas, minha bolsa de mão, iPad, iPhone, papéis amassados, mochila da Mina, sacola e tripé da máquina fotográfica, tentando atravessar uma daquelas avenidas larguíssimas de Pequim.

Isso me deu a oportunidade de assistir a uma cena interessante. Um adolescente e sua mãe esperavam o sinal fechar para atravessar a avenida. Como não estava passando nenhum carro, a mãe partiu para o meio da rua. Eu, que mais parecia valet de hotel de tanta mala que carregava, e o adolescente ficamos aguardando o sinal abrir. A mãe começou a gritar para o menino também atravessar a rua, mas ele dizia “minha professora ensinou na escola a não fazer isso!”.

E aí? No Brasil, as crianças de classe mais baixa também educam os pais em casa a economizar água, não jogar lixo na rua. Ou seja, somos ou não somos muito parecidos com os chineses?

Enfim, depois de me arrastar até o prédio branco-gelo (para ninguém brigar por causa disso), encontrei a Mina e sua mala do Mickey Mouse esperando por mim.

Cinco horas mais tarde, chegamos ao hostel depois de parar para comer milho com Coca-Cola nas escadarias do metrô como mostrei no post passado. Não vou nem contar quantas horas levamos para achar a linha certa do metrô…

Bom, leitores, este foi apenas o início da nossa viagem. Semana que vem, mais aventuras de Chris&Mina em Pequim para fechar o Carnaval de vocês!

Carnaval na China? Esqueça!

Banheiro no aeroporto de Pequim

Banheiro no aeroporto de Pequim

Banheiro limpinho no aeroporto de Pequim. E sem buraco no chão!

Poluicao em Pequim

Poluicao em Pequim

 

Vista da janela do carro: apesar de estar fazendo um lindo dia de sol em Pequim, o céu era cinza claro. A foto debaixo foi tirada de dentro do avião. Impressionante, não? Aliás, uma semana depois da minha viagem, o índice de poluição em Pequim ficou acima do limite máximo da escala de medição.

 Indice de poluicao em Pequim

 

 

Hostel em Pequim

Hostel em Pequim

Hostel sweet hostel!

 

再见

Zai Jian!

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