Americanas artesanais e robustas

Na cultura norte-americana a imagem sisuda e robusta dos cowboys ainda é cultuada. Assim também ocorre com suas cervejas. Recém-chega­dos ao mercado brasileiro, os rótulos ianques vêm para dar uma bela pitada de amargor ao paladar dos apreciadores da bebida. Cheias de lúpulo e bem encorpadas, cervejas como a Flying Dog, Brooklyn Brewery e Anderson Valley devem ocupar de vez o seu lugar nas prateleiras cervejeiras do país.

Feitas artesanalmente, os ganhos em seu sabor são valiosos. Em comum, as três marcas seguem a cartilha da chamada “escola cervejeira americana”. Ou seja, têm muito lúpulo. Dois tipos de cervejas da Flying Dog, por exemplo, trazem a informação de 85 IBUs (unidade de medida de lúpulo) em seu conteúdo. No Brasil, a maioria das cervejas não passa dos 15 IBUs.

Na prática, tanto lúpulo significa amargor. “Essa é a característica principal das norte-americanas”, diz Marcos Camargo, chef do Clube do Malte – restaurante e loja especializada em cervejas de Curitiba. “Embora não sejam bebidas de alto teor alcóolico, são mais fortes do ponto de vista do sabor. São mais encorpadas do que a média. Além disso, têm um aroma mais fresco, bastante agradável”, diz. Um padrão bem diferente do das tradicionais pilsens, comumente consumidas no Brasil.

Na hora de harmonizar, as americanas vão bem com carnes, massas e pratos bem condimentados, indica o bier sommelier Mauro Novaes. “Por seu amargor evidenciado, o ideal é que elas sejam combinadas com pratos mais pesados em relação ao tempero. Caso contrário elas esconderão o sabor da comida”, diz.

Chegada tardia

Embora a terra do Tio Sam tenha uma cultura cervejeira que a coloque em destaque no mundo, sempre houve dificuldade em se levar os rótulos para além daquelas fronteiras. “É que os Estados Unidos têm muitas cervejarias, mas quase todas artesanais. E eles até então não tinham interesse em exportar, mesmo algumas delas tendo uma produção muito expressiva. O que produziam era absorvido pelo mercado interno”, explica Iron Mendes, gerente de importação da BrazilWays – uma das responsáveis por trazer a nova-iorquina Brooklyn ao Brasil.

Serviço

As cervejas podem ser encontradas em grande parte nas lojas especializadas de Curitiba. O Clube do Malte (Rua Desembargador Motta, 2.200, Centro) e a Mestre-Cervejeiro.com (Rua Cel. Dulcídio, 775, Batel) comercializam os três tipos. Já o Saaz (Al. Presidente Taunay, 434, Batel) e o Armazém da Serra (no Mercado Municipal de Curitiba – Avenida Presidente Affonso Camargo, 330, Centro) vendem os rótulos Brooklyn Brewery.