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Avaliação da safra 2012 teve 387 rótulos
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O salão é grande o suficiente para abrigar 77 mesas compridas, de dez metros de comprimento cada uma, dispostas em duas fileiras com um corredor no meio. Sentados diante delas estão os 850 participantes da 20ª Avaliação Nacional de Vinhos Safra 2012, em Bento Gonçalves, grupo do qual fez parte a Gazeta do Povo.

No palco, a 78ª mesa é dos 16 avaliadores responsáveis por dar nota aos vinhos e cada um comentou um dos 16 rótulos da seleção.

O evento é aberto para quem quiser (e estiver disposto a pagar R$ 210, preço que inclui um almoço) e está para os enófilos no Brasil como a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, para os cinéfilos. A avaliação de 2012 foi no dia 29 de setembro.

Sobre a mesa, na frente de cada participante, há um pacote fechado de bolachas água e sal, três guardanapos, uma garrafa de água com 510 ml e o famigerado baldinho (de plástico cinza neste caso) para cuspir os goles de vinho.

Neste ano, 387 amostras foram inscritas por 70 vinícolas de sete estados brasileiros. Técnicos da Embrapa e da ABE (Associação Brasileira de Enologia) recolheram as amostras direto dos tanques ou das barricas. Um primeiro grupo de 120 enólogos realizou a primeira degustação às cegas e atribuiu notas às amostras.
Em seguida, 30% dos mais bem avaliados enfrentaram nova avaliação e 16 permaneceram para o evento final: três bases para espumante (ainda sem as borbulhas), cinco vinhos brancos e oito tintos. Não se trata de uma competição, de modo que a avaliação não termina com um “vencedor”. Todos recebem notas e têm suas características analisadas.

Quando a mestre de cerimônias anuncia um vinho, descrevendo detalhes do cultivo da uva e do preparo da bebida, portas se abrem para um batalhão de 78 jovens, todos eles estudantes de Viticultura e Enologia, carregando garrafas envolvidas em panos pretos para não revelar os rótulos.
Em fila, sincronizados como num filme musical, eles caminham pelo salão para assumir suas mesas e servir as taças. A cena se repete 15 vezes. E é impossível não sorrir ao testemunhar cada uma delas.

Irinêo Baptista Netto
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