Se o vinho se veste de pompa e glamour, com as cervejas a história é outra. Por mais especiais que sejam, elas precisam de um ambiente de descontração — um clima totalmente livre das rígidas regras de sofisticação da bebida feita a partir das uvas. É o que defende o cervejeiro Alessandro Oliveira, presidente da Associação dos Cervejeiros do Paraná (Acerva-PR). Ele aponta que quanto mais livre for sua degustação, melhor a apreciação da bebida.
Também defensores da ideia, os cervejeiros Sulivan Cruz e Emerson Alano Júnior criaram um clube de cervejeiros chamado Clubier. Por um site na internet, eles difundem informações sobre o universo das cervejas de forma descontraída. “Indicamos até boas músicas para acompanhar uma degustação. Mas o melhor de tudo é estar entre os amigos, em um clima leve”, destaca Cruz. Para eles, formalidade não combina com malte e lúpulo.
O endereço eletrônico do Clubier é: clubier.blogspot.com.
Confrarias
E nada é capaz de resumir de melhor forma essa cultura do que as confrarias. As reuniões de amigos (ou conhecidos) para a degustação de cervejas caiu na moda dos curitibanos. É uma maneira de conhecer melhor a bebida, ao mesmo tempo em que se estabelece laços de amizade mais estreitos com outros beer-fans.
A Confraria do Esmalte é um exemplo. Formada só por mulheres, ela junta oito participantes que se reúnem toda primeira terça-feira do mês para conhecer novos rótulos e jogar conversa fora. “Falamos sobre gastronomia, cervejas e diversos assuntos, enquanto experimentamos as bebidas. Na última reunião até fomos mais controladas. Provamos apenas sete rótulos diferentes”, brinca uma das confreiras, Carolina Tedesco, que é barista e proprietária da Mercearia Coralina.
A participação das mulheres também quebra os mitos dessa nova cultura cervejeira. A bebida não é, nem de longe, coisa só de homem. “As cervejas especiais têm tudo a ver com o universo feminino. O sabor mais rico e trabalhado agrada em cheio o nosso paladar”, diz Carolina.
Neste contexto, as meninas da cervejas dividem seu espaço com os homens. As confrarias masculinas também estão por aí. Uma delas é a Curitiba Beer Club, que desde 2006 junta seus 13 participantes toda segunda quinta-feira do mês para conhecer novas bebidas. “Sempre escolhemos uns seis rótulos diferentes, com base em coisas novas e que gostaríamos de conhecer”, diz o presidente do grupo, o analista de sistemas André Diniz.
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