A tradição alemã de produzir cervejas à base de trigo resulta em bebidas com complexidade de aromas e sabores frutados e picantes. Ao contrário do que se pensa, as cervejas de trigo são, na sua maioria, uma mistura de cevada e de 40% a 60% de grãos de trigo. Na produção dessas cervejas, duas escolas são tradicionais, a alemã (weizenbier) e a belga (witbiers).
Na Alemanha são chamadas de Weiss ou Weizenbier, cervejas de alta fermentação cujo consumo é uma tradição local tão forte quanto a das Pilsen para os brasileiros.
O cirurgião dentista Iverson Woyceichoski provou as cervejas de trigo da escola alemã in loco, durante um intercâmbio na Alemanha. Lá, ele começou a provar as weizenbiers locais.
Woyceichoski indica a Franziskaner Hefe-Weissbier Hell, de tradição franciscana – Hell é a designação para “clara” e Hefe para “levedura”, o que indica a não-filtragem – com mais de 600 anos de tradição nos arredores de Munique. A Franziskaner tem 5% de álcool, acidez baixa e é pouco carbonatada, de cor dourada opaca. Por ter pouco lúpulo na composição, agrada aos paladares iniciantes. “Para quem está começando é bem interessante, pois é pouco amarga e bastante cremosa”, comenta o cirurgião dentista. A versão clara sai em torno de R$ 9.
O segredo das notas complexas de frutas e especiarias se dá durante o processo de fermentação. “O desenvolvimento do fermento e sua qualidade é o que dá o aroma e sabor característico da weiss”, explica Alessandro Oliveira, empresário e cervejeiro artesanal, que também produz weizenbier para consumo próprio.
Ele conta que importou o fermento líquido da Alemanha e explica que o fermento não é retirado da cerveja com o processo de filtragem. “Aquele sedimento que fica na garrafa é justamente o fermento, que garante a complexidade das notas de cravo e banana”, conta.
Para aproveitar melhor a cerveja, é essencial servir a garrafa toda em um copo, agitando as últimas porções do líquido para servir aquele sedimento. Oliveira indica a versão dunkel (escura) da franciscana. A Franziskaner Hefe-Weisse Dunkel é produzida também com maltes escuros, o que lhe confere, além das notas frutadas, notas de chocolate e leves de torrefação. A escura fica em cerca de R$ 10.
Da escola belga ele ainda cita a Hoegaarden. “As belgas levam adjuntos, saindo da Lei de Pureza, com adição de especiarias”, declara. Ela tem adição de casca de laranja e coentro, cor amarelo-palha, cremosa, com notas de cravo bastante pronunciadas. O preço médio é de R$ 4,50.
Outro estilo entre as maltadas de trigo é a weizenbock, cervejas fortes, com teor alcoólico elevado e maltes bem perceptíveis ao paladar.
O designer Gustavo Scopel se confessa um apaixonado pelo estilo. “Nunca fui muito fã de cerveja de trigo, mas quando provei a weizenbock me surpreendi. Em termos de corpo e aroma é a melhor delas”, afirma.
Ele indica uma brasileira que considera insuperável. A Eisenbahn Weizenbock tem cor âmbar, 8% de corpo e notas de torrefação e defumadas, além dos aromas frutados. O preço médio é de R$ 5.
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Serviço
A cerveja pode ser encontrada na Cervejaria da Vila, Carocha Bar – (41) 3029-3689 e no Armazém da Serra – (41) 3264-8769.
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