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A variação nos elementos, como malte e lúpulo, dão características particulares às cervejas. Para ajudar na escolha da que melhor vai agradar seu paladar, o mercado cervejeiro elabora classificações de famílias e estilos de acordo com o sabor e sua produção. Embora ainda não haja um consenso em relação às classificações, usualmente são divididas pela fermentação. Conheça as três principais famílias e alguns de seus estilos:

Lagers

Utilizam fermentos que precisam de baixas temperaturas para trabalharem, geralmente em torno de 10 graus C, e que começam a agir de baixo para cima. Por isso, são ditas de baixa fermentação. Isso dá à cerveja aromas e sabor de cereais, pão e lúpulo (amargor). Geralmente são filtradas. Você percebe essa característica na limpeza da bebida. Dentro desse conceito, existem diversos estilos:

– Pilsen (ou pilsener): cervejas claras, filtradas e com amargor leve. São refrescantes e bem agradáveis ao paladar. Elas são baseadas nas bebidas originalmente feitas na cidade de Pilsen, na República Tcheca. Experimente rótulos como Urquill e 1795 Czech Lager.

– American lager: são as que mais estamos acostumados. Embora rótulos como Skol, Antarctica e Brahma se intitulem como pilsen, eles se encaixam, na verdade, neste estilo. São leves e bem refrescantes, feitas sob medida para matar a sede quando bebidas bem geladas.

– Dark american lager: são as escuras, como a Bohemia Escura, Petra e Cintra.

– Premium american lagers: mais lupuladas e maltadas que as american lagers e, por isso, mais amargas e encorpadas. Stella Artois, Heinecken e Eisenbahn Pilsen são exemplos.

– Dunkel: cervejas escuras produzidas com malte de cevada torrado. Mais maltado, tem sabor acentuado de cereais. Costuma ser mais espumante. Duas boas opções para conhecê-las são a brasileira Eisenbahn Dunkel e a tcheca Primátor Premium Dark.

– Schwarzbier: são cervejas pretas mais suaves que as dunkels e com aromas que remetem ao café e ao chocolate. Petra Premium e Bamberg Schwarzbier são dois rótulos nacionais que podem ser porta de entrada para o estilo.

– Bock: geralmente mais avermelhadas, têm sabor bem maltado devido à mistura de maltes. Também costumam ser mais alcóolicas – algumas chegam a 14% de volume de álcool. A sugestão é experimentar rótulos como Paulaner Salvator, Weihestephaner Korbinian e a nacional Baden Baden Bock.

Ales

Se você procura cervejas com sabor mais complexo, com certeza sua praia são as ales. O fermento utilizado nelas exige temperaturas mais altas na fermentação – em torno de 20 graus C. Com isso, ele costuma ficar suspenso no tanque e começa a fermentar por cima. Graças a isso, são chamadas de alta fermentação. Esse conjunto de fatores dá mais riqueza ao sabor, que evidencia notas de especiarias e frutas. São cervejas mais encorpadas.

– English pale ale: são cervejas de tom claro que costumam ser levemente amargas. Algumas delas denotam sabor caramelado e com toque de frutas. Baden Baden 1999 e Fuller’s London Pride são boas representantes.

– Irish ales: são cervejas mais adocicadas, já que costumam usar pouco lúpulo em sua composição. Também têm cores mais avermelhadas ou em tons de marrom. Uma opção é a Murphy’s Red Ale.

– American ale: a escola americana de cervejas ales evidencia bem mais o lúpulo. Na prática, são cervejas bem amargas. Sabor perceptível de caramelo (do malte usado para quebrar um pouco do amargor) são características. Devassa Ruiva e Dado Bier Red Ale são exemplos nacionais de rótulos com esse conceito. De fora do país, destaque para a americana Anderson Valley.

– India pale ale: claras e carregadas de amargor, como a nacional Colorado Indica e a inglesa Meantime India.

– Porter: são escuras e, geralmente, doces e achocolatadas. Sabor tende ao suave. Fuller’s London Porter, da Inglaterra, e Colorado Demoiselle, do Brasil, são as indicações.

– Stout: tendem a ser mais amargas e secas, embora possa se sentir notas torra­das e achocolatadas. A Guiness é sua prin­cipal representante. Outra opção é a brasileira La Brunette.

– Weissenbier (weissbier ou weisse): feitas com malte de trigo, além de malte de cevada. Sabor frutado, de maçã, banana e ameixa, e leveza são as carac­terísticas. Não costu­mam ser filtradas e, por isso, são densas e acumulam detritos na garrafa e copo. Bons exemplos são Licher e Paulaner.

– Bière de garde: cervejas de guarda, feita para durarem anos. Geralmente a segunda fermentação é feita na garrafa e ela é vendida com tampa de rolha. Janlain Amber e La Choulette são exemplos.

– Strong ale: inclui uma gama ampla de cervejas claras e escuras que possuem alto teor alcoólico, que vai de 6 a 12%. Uma indicação para conhecê-las é a Fuller’s 1845.

– Belgian strong ale: são mais alcóolicas, em geral, e mais maltadas. Neste estilo, enquadram-se boa parte das cervejas trapistas – produzidas por monges belgas e holandeses. As cervejas nacionais Wäls Dubbel e Esisenbahn Strong Golden Ale e as belgas Leffe e Delirium Tremens são opções.

Lambics

Quer um sabor ainda mais frutado? As lambics são de fermentação espontânea, pois não levam fermento na produção, substituído por frutas ou açúcar. O resultado surpreende: essas cervejas lembram os vinhos espumantes e destacam o gosto das frutas utilizadas. Pode-se conhecê-las experimentando rótulos como a Gueuze Marriage e Kriek Boon.

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