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Os vinhos portugueses têm ganhado cada vez mais espaço na mesa dos brasileiros. Atrás apenas do Chile, Argentina e quase empatado com a Itália, segundo dados do Ministério do De­­sen­volvimento, Indústria e Comér­cio Exterior, Portugal foi responsável por 4,2 milhões de litros de vinho importados pelo Brasil em 2009, mais de 10% do total.

A explicação para tamanha afeição dos brasileiros extrapola a ligação natural com os costumes dos nossos colonizadores. De acordo com o consultor de vinhos Flávio Bin, da importadora Porto a Porto, o custo-benefício dos vinhos portugueses é uma das explicações desse crescimento. “Entre os europeus, os portugueses são os mais acessíveis.”

Em sete anos o volume importado mais que dobrou, e este aumento na receptividade está na mira dos produtores portugueses, conhecidos pelas famosas regiões vinícolas do Douro, Alentejo, Tejo e Bairrada. “Três fatores aproximam nossos vinhos dos brasileiros: a diversidade gastronômica e a companhia frequente de carnes pesadas nas refeições; a quantidade de pessoas que conhecem vinhos ou que querem conhecer mais sobre eles; e o clima tropical, que abre espaço para a entrada de vinhos frescos como os nossos”, diz José Maria Soares Franco, que com João Portugal Ramos – ambos grandes enólogos portugueses – criaram um vinho recém-lançado no Brasil, o Duorum, um tinto fresco que leva uvas consagradas no Douro, como a Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz.

Se já vai bem longe a ideia que os brasileiros tinham quando pensavam em vinhos portugueses, de que a produção deles restringia-se aos vinhos do Porto, os bebedores brasileiros buscam vinhos de qualidade a preços não tão altos. Para os iniciantes, os portugueses do Douro são recomendados por serem mais leves.

Segundo Pedro Calheiros Lobo, responsável pela área de vendas e de marketing da J. Portugal Ramos, os tintos são uma grande opção no Brasil. Isso porque em países mais quentes existe um fator psicológico que deve ser levado em conta: “as pessoas não trocam o chope ou cerveja do dia a dia por uma bebida clara, como os vinhos brancos ou espumantes. Quando elas decidem fazer a troca, querem fazê-la por algo diferente, e aí entram os tintos frescos.”

Entre os portugueses são os vinhos do Douro que têm essa leveza, sinônimo de teores alcoólicos mais baixos devido às vindimas serem encontradas em maior altitude. Ácidos, eles também são os que permitem maiores combinações gastronômicas. “No Brasil gostei muito de provar nossos vinhos com pratos que levam feijão, de sabor neutro, que valorizam os sabores dos tintos”, conta Calheiros Lobo.

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