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Que o mercado brasileiro de vinhos está em franca expansão, não é mais novidade. Mesmo com a possibilidade da sobretaxa aos rótulos importados (hipótese cogitada pela polêmica da salvaguarda dos vinhos nacionais), grandes produtores internacionais olham o Brasil como um mercado sólido e com grandes possibilidades para exportação, principalmente das linhas premium.

Assim como os europeus e sul-americanos, a África do Sul também quer uma fatia do mercado tupiniquim.

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Para estreitar os laços entre os dois países, no começo de março foi realizado um encontro na Associação Comercial do Paraná, em parceria com o Consulado da África do Sul, entre vinicultores sul-africanos e importadores brasileiros.

O evento também teve o objetivo de aumentar a importação de vinhos sul-africanos, que representam 0,7% do total de importações, segundo dados da União Brasileira de Vitinicultura. Os produtores passaram ainda por São Paulo e Porto Alegre e apresentaram a carta com os principais rótulos, que vai muito além da uva pinotage, híbrida de pinot noir e cinsault que virou símbolo do país africano.

“Essa uva é a mais associada à África do Sul, por ser algo nativo e que os indígenas da região já utilizavam. Mas nós também produzimos cabernet sauvignon, merlot, syrah, chardonnay”, diz Matome Mbatha, presidente da associação que representa cerca de 500 vinicultores da África do Sul. Ainda segundo ele, o terroir da região próxima a Cidade do Cabo, no sudoeste, é considerada uma das melhores do mundo.

A produção do país, integrante do Novo Mundo dos vinhos (produtores fora do eixo europeu), é de aproximadamente 450 milhões de litros por ano, separada em 80% de vinhos de entrada e 20% de vinhos finos. Deste total, 45% é para exportação e 20% para o consumo local. O que sobra é destinado a fazer blends — bebidas com mistura de castas.

Para a responsável pelo marketing e vendas da vinícola Diemersdal, Steffi Layer, a demanda brasileira por vinhos está crescendo e como a economia dos dois países é muito próxima, a relação comercial fica natural. “O mercado sul-africano é pequeno e para crescermos. Precisamos de mais espaço”, diz.

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Dentre os rótulos que a Diemersdal produz estão aqueles à base de chardonnay e sauvignon blanc, além da tradicional pinotage. No total, a vinícola tem 190 hectares de área de produção. “O clima da região da Cidade do Cabo favorece muito, pois o inverno não é tão intenso e temos muita umidade. Não é preciso irrigar o solo. Como resultado disso temos rótulos frutados, mais acessíveis e com doçura natural”, diz Steffi.

Cultura

Os produtores sul-africanos acreditam que a proximidade cultural entre os dois países também ajuda na aceitação do vinho. “A nossa cultura vinícola surgiu por volta de 1700 com os franceses. Já a do Brasil veio com os italianos”, diz Rydal Jeftha, diretor da vinícola Koopmanskloof, que produz três milhões de litros por ano.