No grupo de amigos do analista de sistemas André Diniz é assim: é preciso obedecer ao estatuto. Quem faltar a mais de três reuniões pode ser convidado a se retirar. A mensalidade é de R$ 50. Tudo bem administrado e fiscalizado pelo tesoureiro. Nos encontros, os secretários fazem a ata e, ao final, anotam a pauta da reunião seguinte. Ao presidente cabe a organização de toda a estrutura.
Se você pensa que se trata de alguma empresa ou organização, está enganado. O assunto aqui é, acredite, amigos que se reúnem para experimentar cervejas e jogar conversa fora – as chamadas confrarias. André Diniz é o presidente da Curitiba Beer Club, um grupo que engrossa esse fenômeno crescente no universo gourmet de Curitiba.
Em sua confraria, são 13 participantes que se reúnem toda segunda quinta-feira do mês para degustar e pesquisar novas cervejas. A rotina se repete desde 2006. “Sempre escolhemos uns seis rótulos diferentes, com base em coisas novas e que gostaríamos de conhecer”, diz o presidente. Um marco? Ele elege a famosíssima cerveja belga Deus, que ajudou a comemorar, com os amigos confrades, o nascimento de seu filho.
Toda a organização, que passa pelo estatuto e pelos cargos nominados, garante Diniz, é para manter a ordem no grupo. Incontestavelmente tem dado certo.
Porém, nem sempre as confrarias surgem envoltas em regras. Nesse segundo quesito, entra a ColarinhoS, que reúne dez amigos também interessados em desvendar o universo das cervejas gourmet.
Membro da confraria há um ano, o chef de cozinha do restaurante Terra Madre, Ivan Lopes, conta que o interesse é dar a volta ao mundo pelos sabores. “Nos reunimos uma vez por mês e provamos de cinco a sete tipos da bebida. Escolhemos cervejas de diversos países. Cada encontro é uma surpresa”, conta.
Em comum, as duas confrarias surgiram de uma ideia simples: reunir amigos com a mesma paixão. Estruturadas ou mais soltas, para dar certo não é preciso muito, garantem os confrades. Algum lugar para a reunião e um pouco de conhecimento de cerveja pode ser um começo. Mas a diversão é o grande objetivo, ensinam. “Tudo é, no fundo, uma razão para juntar pessoas em torno de algo de que gostam”, diz André Diniz, da Curitiba Beer Club.
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