Rótulos destinados especialmente ao Brasil, com sabores mais adocicados e que lembram o café. É assim que a vinícola sul-africana Simonsvlei pretende atrair os consumidores brasileiros e competir com europeus, argentinos e chilenos.
O diretor-geral da vinícola, Leonard Van Den Berg, conversou com a revista Bom Gourmet durante o encontro entre vinicultores sul-africanos e importadores brasileiros, promovido, em março, pelo Consulado da África do Sul na Associação Comercial do Paraná, em Curitiba, e contou como pretende entrar no mercado local. A Simonsvlei é uma das maiores e mais antigas vinícolas da África do Sul. A sua produção anual é de 18 milhões de litros de vinho, com uma área produtiva de 1,2 mil hectares.
Para atrair o mercado brasileiro, vocês pensaram em algum produto específico?
O público brasileiro tem um gosto muito variado. Nós separamos alguns produtos que já estão disponíveis nos Estados Unidos e vamos trazer ao Brasil. Um deles é um syrah com gosto de caramelo, devido ao [barril de] carvalho em que ele fica. Mas nossa maior aposta é um pinotage com notas de café e chocolate pelo tempo que fica no carvalho, cerca de seis meses acima do convencional. Acredito que o gosto do brasileiro por café casa bem com o rótulo.
Mas o mercado brasileiro também recebe vinhos europeus e chilenos e argentinos, como competir?
Nós respeitamos os consumidores tradicionais que só provam vinhos franceses, espanhóis ou italianos. Mas há um mercado em potencial de novos consumidores que querem algo novo e gostam de estar na moda. Nós oferecemos algo diferenciado para este tipo de público. O Chile e a Argentina não precisam se preocupar que não vamos entrar neste mercado.
O que faz do vinho sul-africano tão especial?
O clima ajuda a produzir os melhores rótulos. Chove no inverno, mas na medida, enquanto a uva ainda está crescendo. Faz frio na hora certa para o vinhedo parar de crescer. Quando o verão começa, o solo está rico em nutrientes e faz com que a uva tenha equilíbrio.
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