Contam os guias turísticos que, uma vez em Madrid, é questão de honra visitar a centenária Chocolatería San Ginés, próxima à Igreja de San Gines, para provar o churros acompanhado de uma xícara de chocolate derretido. “Durante o dia muitos vão tomar cafezinho com churros, mas, na madrugada, a Chocolatería também fica lotada, porque é comum o churros ser o lanche da volta da balada”, conta o proprietário do bar e restaurante de Curitiba Gonzales y Garcia, Marcelo Santana.Se, em seu país natal, o churros é comidinha para todas as horas, pelo mundo não é muito diferente. “Ele pode ser uma sobremesa ou um tira-gosto, pode acompanhar um café ou ser a companhia ideal para ver um filminho”, diz Santana.
Mas, ao ganhar o mundo, a iguaria espanhola passou por algumas adaptações. No Brasil, por exemplo, o churros é recheado e coberto com açúcar e canela, enquanto na Espanha ele é servido com algum acompanhamento cremoso, doce ou salgado, já que a massa não leva qualquer cobertura. “Lá, ele é tradicionalmente servido com chocolate ou doce de leite, mas pode ser acompanhado de uma pasta de aliche ou azeitona”, explica o restaurateur. A questão, segundo Santana, é de gosto e cultura: “Aqui não funciona sem açúcar e canela”.
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Outra diferença diz respeito à forma do quitute. Apesar de serem todos em formato cilíndrico, os recheados são mais grossos e feitos em tiras do mesmo tamanho, enquanto os espanhóis são mais finos e cortados em pequenos pedaços a partir de uma massa única. “Eles fazem um grande espiral [de massa] e vão cortando os pedaços”, conta o cozinheiro José Marcos Casaroto, do restaurante Pata Negra, onde a porção custa R$ 12 com quatro churros.
“Para fazer o churros em casa, talvez a única dificuldade seja não ter uma máquina de churros”, afirma Casaroto. Mas isso pode ser solucionado com outros utensílios de cozinha. “Você pode usar um saco e um bico para confeitar”, sugere Santana. Mas, para que os churros não fiquem muito finos, é preciso escolher um bico de maior diâmetro.
Usando estes materiais, a massa deve ser colocada direto na fritura em forma de espiral. “É importante não colocar muito óleo na panela para não espirrar e deixar o fogo baixo para não queimar por fora e ficar cru por dentro”, recomenda o proprietário do Gonzales y Garcia. Depois é só cortar e se deliciar, com o acompanhamento de sua preferência.