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Uma pergunta que me fazem de vez em quando é: “Que cervejas eu indico para mulheres?”. A resposta não é tão sim­ples, e o assunto chega até a ser polêmico. A opinião mais comum entre os especialistas é que cerveja não tem se­­xo. Ou seja, tanto homens quanto mu­­lheres têm a mesma capacidade de paladar e podem gostar tanto das mais do­­ces quanto das amargas e ácidas. O que há, no entanto, é uma evolução do gosto, que muda à medida que se experimentam novas sensações durante a vi­­­da. Ele se adapta e passa a apreciar até características inicialmente mais difíceis, explica a sommelière de cervejas Kathia Za­­natta. E isso vale para ambos os sexos.

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Mas também sempre considero o gênero antes de indicar uma cerveja, pois é inegável que homens e mulheres não são iguais em tudo. Via de regra, mulheres normalmente são mais atentas às sensações da experimentação gastronômica, apreciam o cuidado no serviço e valorizam mais as sutilezas e o equilíbrio das cervejas. Digo isso porque, muitas vezes, os homens têm uma tendência a experiências mais radicais, como altos níveis de amargor e álcool.

As mulheres também são mais cuidadosas e moderadas com tudo o que consomem. Bebem pelo prazer, e não pela quantidade, lembra a sommelière de cervejas Cilene Saorin.

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Tendo isso em vista, pedi ao sommelier de cervejas Daniel Wolff que indicasse alguns rótulos para mulheres, com sugestões de harmonização. Elas foram divididas em três categorias: iniciante, intermediária e avançada.

Iniciante

Uma das boas indicações é a Estrella Dam Inedit, uma Witbier (cerveja de trigo belga) leve e refrescante, que leva na fórmula coentro, alcaçuz e cascas de um tipo de laranja. Vai muito bem com ceviche, frutos do mar, queijo fungo branco ou úmido, como mussarela de búfala. Também vale a pena experimentar a La Trappe Blond, feita por monges Trapistas na Holanda. Leve, um pouco ácida e bastante aromática, pode combinar bem com defumados, como presunto Parma, uma tábua de frios e queijo parmesão. Vale experimentar até com casquinha de siri.

Estrella Damm Inedit Cervejaria: Estrella Tipo de cerveja: Ale Origem: Espanha Veja mais

Intermediário

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Pode-se arriscar uma Chimay Rouge, também feita por monges Trapistas, só que da Bélgica. É uma Dubbel, mais escura e encorpada, com aromas frutados que lembram uvas passas e banana caramelada. Confit de pato, goulash ensopado, estrogonofe e carneiro assado combi­nam bem. A brasileira Eisenbahn Strong Golden Ale – amarela alaran­jada, também com aromas frutados, que lembram abacaxi e maçã –, também pode agradar. Combina com massas ao sugo ou bolonhesa, crème brûlée e bananas caramelizadas com bola de sorvete de creme.

Eisenbahn Strong Golden Ale Cervejaria: Eisenbahn Tipo de cerveja: Ale Origem: Brasil Veja mais

Avançado

A Boon Kriek é uma Fruit Lambic belga. O estilo é bem ácido, mas essa é produzida com cerejas, que suavizam e a tornam bastante aromática. Ótima para sobremesas de frutas vermelhas, chocolate branco e queijos de fungo azul, como o gorgonzola. E, por último, uma cerveja escura, encorpada e envelhecida em barris de uísque 12 anos: Olah Dubh 12. É boa para ser apreciada sozinha, mas também harmoniza com crème brûlée, carne de caça, queijos de fungo azul ou grana padano.

Kriek Boon Cervejaria: Brouwerij F. Boon Tipo de cerveja: Ale Origem: Bélgica Veja mais
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* Preços sugeridos dos rótulos citados na coluna: La Trappe Blond (750 ml) – R$ 65; Estrella Damm Inedit (750 ml) – R$ 26; Chimay Rouge (330 ml) – R$ 23; Eisenbahn Strong Golden Ale (355 ml) – R$ 7; Boon Kriek (375 ml) – R$ 25; Olah Dubh 12 (330 ml) – R$ 29.