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Fazer turismo gastronômico vem se tornando uma atividade cada vez mais comum, principalmente en­­tre os amantes da arte de comer e beber bem. Há muito tempo os fãs do vinho já dispõem de várias vinícolas abertas para a prática, na qual uma visita “técnica”, mostrando os processos de plantio e fabricação, é finalizada com uma degustação, almoço ou jantar.

No caso da cerveja esse tipo de passeio está crescendo, assim como o número de fãs das cervejas especiais, seja em micro ou em megacervejarias.

Recentemente fui convidado para visitar duas grandes cer­­­­vejarias da Heineken nos arredores de Amsterdam, capital da Holanda: a complexa fábrica de Den Bosh, que produz 45 tipos diferentes de cervejas, e a de Zoeterwoude, a maior cervejaria da Europa, com produção de 15,5 milhões de hectolitros por ano, e uma das mais sustentáveis do mundo.

Conhecer essas plantas é um privilégio, pois normalmente­­ não são abertas para visitas. Mas não fique triste. Se você for para a Europa, o seu passeio cervejeiro pode ser garantido no Heineken Experience, museu da marca em Amsterdam.

O processo de fabricação da cerveja é o mesmo, seja na panela do cervejeiro caseiro ou em cervejarias gigantescas: o malte é misturado com água, são extraídos os açúcares, é adicionado o lúpulo e o líquido é fermentado para fazer o álcool.

Numa microcervejaria é possível ver de perto tudo isso, pois é algo artesanal, manual muitas vezes. Em uma fábrica de proporções gigantescas a automatização afasta esse contato – os ambientes são normalmente mais barulhentos, neutros e assépticos –, no entanto é proporcionado um show de tecnologia, maquinário e automação.

As duas fábricas em Amsterdam funcionam 24 horas, cinco dias por semana. Em Den Bosh, cuja produção é de 6,3 milhões de hectolitros por ano, a grande variedade de produtos e embalagens exige um esforço de logística e organização só possível com computadores.

Em Zoeterwoude, a velocidade domina – uma garrafa que entra vazia na fábrica está cheia e pronta para ser despachada duas horas depois –, e a sustentabilidade é palavra de ordem. Diversos programas estão sendo feitos para economizar insumos, tratar resíduos e produzir energia. Até um parque eólico está em projeto.

Um dos setores mais interessantes é o de embalagens e expedição, no qual a cerveja se torna algo visível como conhecemos. Grandes máquinas fazem a lavagem das garrafas, fotografam, fecham, empacotam e transportam.

Lá embalagens complexas são montadas – como os kegs, tecnologia própria e patenteada do grupo que proporciona uma experiência semelhante a de se tirar chope em casa –, e vemos a tradicional cena de centenas de garrafas em esteiras.

Heineken Experience

Planejado para ser mais do que um museu, o Heineken Ex­­perience, montado na antiga fábrica da marca, proporciona aos visitantes uma verdadeira viagem sen­­sorial. Todas as atrações e ambientes foram construídos de forma a serem interativos. É possível ver objetos históricos ou interagir com chopeiras virtuais, passar por um ambiente de música eletrônica e degustar cerveja com orientação, ver camisas autografadas por jogadores famosos ou “pagar mico” cantando em um karaokê virtual – em holandês, é claro!

As antigas instalações da cervejaria foram preservadas e fazem parte da visita, assim com um estábulo, com belos cavalos irlandeses. Uma das atrações mais procuradas é um cinema 4D, no qual o público é cervejado – assume o papel dos ingredientes no processo de fabricação. A plataforma se mexe, treme, bate e efeitos sensoriais são criados para que o público sinta desde o calor da fervura até a sensação de ser engarrafado em uma fábrica.

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