Quando se fala em churrasco, tem muita gente que faz a associação imediata à picanha. Coberto por uma grossa capa de gordura, o corte é macio e saboroso. Mas, por incrível que pareça, não faz muitos anos que essa carne passou a ser valorizada. Uma pequena história desse pedaço do boi encontra-se na contra-capa do cardápio do mais novo restaurante de Curitiba: o Capitu, especializado nessa carne.
Servida em rodízio, ou ainda em prato individual acompanhada com legumes cozidos e fettuccini, com arroz de carreteiro e até mesmo em sanduíches, a picanha, verdadeiramente, é a grande estrela da casa.
Para quem aprecia essa carne, a aposta deve ficar no rodízio. Caprichado, com preço fixo de R$ 24, o rodízio tem o sugestivo nome de Dom Casmurro, assim como outros pratos e drinques que também trazem nomes de personagens de Machado de Assis. Se a escolha for o Dom Casmurro, se prepare para o ritual que se seguirá. À mesa vem o arroz de carreteiro, farofa e dois tipos de saladas. Uma das saladas é à base de batata, tomate, cebola e azeitona verde. A outra é com folhas verdes: alface, chicória, rúcula ou agrião, tomate seco e muzzarela de búfala. O rodízio começa em seguida. À medida que o garçom serve a carne – antes já escolhida a espessura e que ponto prefere o cliente -– são oferecidos os molhos de ervas finas, ao funghi, mostarda, acebolado, alho e óleo e pimenta verde. O freguês escolhe. E se não é dito chega, o rodízio continua.
O cardápio da casa também traz pratos como o Capitu (R$ 18) e Simão Bacamarte (R$ 19,80), ambos com 350 gramas de picanha grelhada. As crianças não foram esquecidas. Bentinho é o prato infantil elaborado com tiras de picanha, arroz branco, batata frita e salada de alface e tomate. Custa R$ 12,70.
Já as sobremesas não são muitas, apenas três sugestões: brigadeiro de panela, beijinho de coco e banana frita com farofa. O preço é de R$ 2,80 para qualquer uma delas. A banana frita com farofa é um capítulo à parte. É uma deliciosa combinação. Simples e agrada adultos e crianças.
Na carta de bebidas estão cervejas nacionais com preços justos, bem como caipirinhas, coquetéis, refrigerantes, sucos, drinques, licores e alguns vinhos.
Ambiente alegre e despojado, a casa é comandada pelo designer gráfico Marcos Tavares, pela jornalista Márcia de Freitas e sua irmã, a psicóloga Denise de Freitas, e Antônio Camargo. Este último, há algum tempo já havia descoberto que sua vocação estava mesmo na cozinha. Toninho, como é carinhosamente chamado pelos amigos, é também responsável pelo buffet da Sociedade Hípica do Paraná.
A idéia do quarteto de montar um restaurante vem amadurecendo há mais de três anos. Segundo Marcos, a busca estava no diferencial a ser oferecido. Denise sugeriu o rodízio de picanha e todos abraçaram a idéia.
Outro diferencial da casa está no espaço destinado à exposição de novos talentos. Atualmente a mostra é da artista plástica Vilma Marcelino.
Quanto ao nome – Capitu – também tem história como a personagem de Machado de Assis. A sugestão foi de um amigo comum, mestre em literatura brasileira e especialista no escritor carioca. O imóvel escolhido para a instalação do restaurante era na Rua Machado de Assis. Não deu certo. Mas não tem importância. O importante é a culinária oferecida e o Capitu faz jus a sua proposta.
Serviço: Capitu – Rua Dr. Goulin, 100 (atrás do campo do Coritiba). Abre de terça-feira a sábado, a partir das 18 horas. Capacidade para 60 pessoas. Tem estacionamento. Aceita alguns cartões. A partir do dia 16 de junho vai abrir para almoço e jantar, no sábado e domingo. Reservas pelo fone (41) 3077-7462.
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