Na seleção dos chefs de 2012, a categoria se renova e traz muitas novidades. Por ser um dos mais citados pelos jurados pelo terceiro ano consecutivo, Durski se consagra com o título Hors- Concour s. Com essa mudança, além dele, são eleitos os cinco chefs que mais se destacaram neste ano. Manu Buffara e Ivan Lopes continuam no ranking. Eva dos Santos e Marcelo Amaral entram para o rol dos melhores e Kika Marder volta à constelação do Prêmio Bom Gourmet
Junior Durski
Hors-Concours
Vencedor por três vezes consecutivas, neste ano Durski vai para o patamar especial Hors-Concours. Um dos chefs mais famosos e midiáticos de Curitiba, tem sua imagem associada a empresário de sucesso. Mas para isso, garante, o talento e muito trabalho foram fundamentais
Quem conhece Junior Durski sabe que ele é um homem simples mas de opinião forte. Acorda todos os dias por volta das 6 horas e corre por cerca de uma hora. Ao longo do dia, é responsável por coordenar a equipe de 16 restaurantes da rede Madero e do Restaurante Durski. Divide o tempo entre empresário, chef de cozinha, pai e marido. Não dorme antes da meia-noite e de abrir uma garrafa de um bom champagne.
Nascido em Prudentópolis, nos Campos Gerais, ele conta que a inspiração na cozinha foi dos pais. A mãe, uma quituteira de mão cheia, e o pai, um churrasqueiro hábil. Apaixonado por vinhos, se dedica incansavelmente para ter os melhores rótulos. Alguns, da adega do Restaurante Durski, que tem valor total estimado em R$ 5 milhões, ainda nem têm preço. Segundo ele são muito especiais.
O sucesso veio com muito trabalho e determinação. Logo quando abriu o Durski, servia de graça para conquistar o público ávido por conhecer um pouco da culinária polonesa. Depois de 12 anos, o cardápio ficou internacional e ganhou muitos prêmios nacionais.
A rede Madero não ficou atrás. Há um ano começou a expansão e aí o Brasil e o interior do Paraná passaram a conhecer o que ele chama “the best burger in the world”.
A mudança de rumos se deve à veia empresarial que ele adquiriu ao longo de 15 anos trabalhando como madeireiro em Rondônia. Apesar do glamour, não perdeu o “erre” puxado, o que faz ressaltar sua principal característica: a simplicidade interiorana.
Restaurante Durski.
Av. Jaime Reis, 254, São Francisco – (41) 3225-7893. Abre de terça a sábado para jantar. www.durski.com.br
Madero Burger & Grill.
Relógio das Flores, Largo da Ordem – (41) 3151-0101. Em Curitiba são mais oito unidades. Abre de segunda a sexta-feira para almoço; de segunda a quinta para jantar; sábado e domingo para almoço e jantar. www.restaurantemadero.com.br
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Eva dos Santos
Estreando na categoria, Eva é referência por colocar no cardápio do Bistrô do Victor frutos do mar e até sorvete preparados na brasa. Autodidata na profissão, buscou aprimorar seu conhecimento com experiências em restaurantes nacionais e internacionais
É possível dizer que a chef Eva dos Santos é a mulher da brasa. A técnica aprendida na Espanha é a inspiração dela para os preparos no Bistrô do Victor. De frutos do mar até sorvete, todos passam pelo modo milenar de preparo.
Natural de Santa Helena, no oeste do Paraná, a vocação para a gastronomia veio desde pequena quando ajudava a mãe em um restaurante que tinha no Paraguai. O que começou na infância refletiu na vida adulta. Eva sempre sentiu que para ser uma chef não era preciso frequentar uma escola, mais do que isso, era preciso experiência e um bom currículo. Pela trajetória dela estão trabalhos em restaurantes de hotéis renomados como o Fasano e o Copacabana Palace.
Antes disso, em Curitiba, trabalhou por três anos com o chef Celso Freire no antigo Boulevard. Mas foi do outro lado do Atlântico que encontrou sua verdadeira paixão dentro da gastronomia. Durante o estágio na cozinha do restaurante Asador Etxebarri, especializado na técnica de preparo na brasa, aprimorou conhecimentos e se tornou uma expert no assunto.
No currículo ainda o Arzak, eleito o oitavo melhor do mundo pelo San Pellegrino World’s 50 Best Restaurants, onde teve a oportunidade de cozinhar para o astro Eric Clapton.
Adora uma balada com músicas para dançar e boa comida. Ou seja, uma mulher fogo na brasa.
Bistrô do Victor
ParkShoppingBarigüi. Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 600 – (41) 3317-6920. Abre para almoço e jantar. Aceita cartões. Aceita reserva. Tem ar condicionado e wireless. Capacidade: 94 lugares. www.pierdovictor.com.br
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Ivan Lopes
Pelo segundo ano consecutivo o chef desponta entre os cinco melhores de Curitiba. No restaurante Terra Madre desde 2008, além da proposta equilibrada entre cozinha italiana e brasileira, ganhou destaque por conduzir os exóticos festivais temáticos, como de carnes de caça, aves e peixes
Se dissessem ao pernambucano Ivan Lopes quando ele tinha 16 anos: “você aos 30 anos vai ser chef de cozinha de um restaurante em Curitiba”, ele provavelmente diria que não. Mas uma pessoa foi fundamental para este caminho e que, com certeza, acreditou no futuro dele: Ivo Lopes, irmão e mentor dele dentro da gastronomia. Foi ainda na adolescência que saiu do Rio de Janeiro para trabalhar com ele como cozinheiro em São Paulo.
Na trajetória gastronômica, a grande escola foram os quatro anos que passou no Rosmarinus Offici nalis, em Visconde de Mauá (RJ), onde foi subchef de Júlio Buschinelli.
Em uma família de 12 irmãos, a grande inspiração de Ivan Lopes é o pai. Quando faleceu, o chef tinha de 8 para 9 anos e foi com ele que aprendeu a correr atrás dos sonhos. Tímido, porém, com várias tatuagens no corpo, feitas por um dos irmãos, ele adora comer em restaurantes nordestinos, lembram da infância.
Gosta também de música, em especial O Rappa. Amigo pessoal do guitarrista da banda, sempre que vai à casa dele, cozinha. Na verdade é assim com todos os amigos que “exploram” o talento de Ivan, mesmo em dias de folga.
Desde 2008 é chef do Terra Madre, onde cria misturas buscando equilibrar a clássica cozinha italiana, ingredientes brasileiros e a delicada finalização francesa. Propostas ousadas não são dificuldade para a sua criatividade. Adora presentear os curitibanos com menus inusitados, como festival de carnes de caça ou de peixes de rio.
Terra Madre Ristorante
Rua Des. Otávio do Amaral, 515, Bigorrilho – (41) 3335-6070. Abre de segunda à sexta-feira para o jantar; sábado, almoço e jantar. Aceita cartões. Tem ar condicionado, valet e wireless. Capacidade: 54 lugares.
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Kika Marder
Chef 5 Estrelas da primeira edição do Prêmio Bom Gourmet em 2010, Kika retorna ao posto neste ano. É proprietária do Sel et Sucre há quatro anos. O cardápio do bistrô se destaca por revisitar os clássicos franceses e trazer pitadas de brasilidade
Muitos chefs começam a vida profissional em áreas não ligadas diretamente à gastronomia. De repente acontece aquele estalo e o mundo parece mais claro. Depois disso vem a mudança completa na rotina, muitos anos de trabalho, estudo, apoio da família, do marido, a abertura de uma casa própria, filhos e a consagração.
Qualquer semelhança é mera coincidência com a trajetória da chef Kika Marder. Ela trabalhava com publicidade em uma indústria de alimentos antes de ser chef. Nesta época, a produção em si chamava muito mais atenção que o trabalho que ela deveria de fato fazer. Do estalo de que a vida tinha que mudar até o primeiro trabalho na cozinha do restaurante Boulevard, em 2004, foi pouco tempo.
Neste momento tinha certeza do que queria fazer para o resto da vida. Aprendeu a ter simplicidade e respeito tanto com os clientes quanto com o alimento. Ficou ao lado de Celso Freire por três anos e embarcou rumo à França para estudar gastronomia no Instituto Paul Bocuse, em Lyon. Foi por lá que também fez cursos complementares na escola Le Cordon Bleu em Paris, a mais conceituada no mundo.
Com a bagagem francesa repleta de conhecimento, abriu o bistrô Sel et Sucre (sal e açúcar em francês) em 2008. No cardápio, os pratos trazem os clássicos franceses com toques de brasilidade.
Bistrô Sel et Sucre
Al. Presidente Taunay, 396, Batel – (41) 3077-6647. Abre de segunda a sábado, das 11h30 às 17h30. Aceita cartões. Tem ar condicionado, wireless, realiza eventos. Capacidade: 42 lugares. www.seletsucre.com.br
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Manu Buffara
Com 28 anos, viajou o mundo, trabalhou com chefs renomados e abriu seu próprio restaurante. Coloca diariamente sua alma e coração na chamada cozinha autoral. De sua cabeça e experiência surgem pratos que são uma experiência de sabores e sentidos
Definitivamente este é o ano de Manu Buffara. Após ganhar vários prêmios nacionais, o Restaurante Manu se consagra e está sempre cheio. Adepta de uma gastronomia pouco convencional, proporciona aos frequentadores uma experiência única de sabores e sentidos.
Pode-se dizer que a maringaense é ligada no 220 volts. Chega a trabalhar 16 horas por dia, mas não gosta de acordar cedo. É responsável por 100% de todo o processo na cozinha do restaurante. Desde a compra com fornecedores até a criação e finalização dos pratos. Tudo tem a cara da Manu, ressaltando o slogan da casa: alma gastronomia, pois cozinha com a alma e o coração.
O percurso para chegar até aqui não foi fácil. Formada em jornalismo, estudou Hotelaria e Chef de Cuisine e Restaurateur no Centro Europeu e no Italian Culinary Institute for Foreigners (ICF). Trabalhou nos Estados Unidos, Itália e Dinamarca. Passou por restaurantes internacionais consagrados pelo Guia Michelin como Gualtiero Marchesi, Ristorante da Vittorio e Ristorante Guido. Mas foi no Noma, eleito melhor do mundo pelo San Pellegrino World’s 50 Best Restaurants, que aprimorou o conceito de cozinha autoral.
Chega neste ano como uma jovem de 28 anos, apaixonada por música sertaneja, com experiência e segurança no que está fazendo.
Restaurante Manu
Al. Dom Pedro II, 317, Batel – (41) 3044-4395. Abre de terça a domingo. Aceita cartões. Capacidade: 30 pessoas. www.restaurantemanu.com.br
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Marcelo Amaral
Proprietário do Lagundri, trabalha com foco na comida asiática e na riqueza do contraste dos temperos e sabores. Está engajado no movimento mundial de cozinha responsável e acredita que pode mudar o mundo com a gastronomia
Uma viagem a trabalho mudou a vida do chef Marcelo Amaral. Na época era diretor de arte de uma agência de propaganda e foi mandado para o sudeste asiático. Por lá se apaixonou pela culinária da região. Decidiu ficar mais um tempo e trabalhar em um restaurante na Oceania. Estudou muito os costumes e os ingredientes que o fascinavam.
Em 2003 voltou à Curitiba e decidiu abrir o Lagundri Contemporâneo. Aos poucos a casa ganhou prestígio e reconhecimento dos clientes (principalmente estrangeiros no começo) e por meio de prêmios nacionais.
No restaurante ele pode colocar todo o conhecimento e a criatividade em prática. Em 2007 se encantou pela produção orgânica, a valorização dos ingredientes locais e o contato direto com o produtor. Recentemente lançou o movimento Nouvelle Cuisine Caissara (com dois “esses” mesmo), para incentivar e divulgar a culinária do litoral paranaense.
Em 2012, começou uma nova empreitada: deixar o bigode crescer. O que começou na brincadeira, se tornou uma superstição. Curiosamente depois do novo adereço, a vida profissional e pessoal de Marcelo melhorou significativamente. Pelo sim pelo não, o bigode virou um amuleto. Hiperativo, alia estudo à carreira de chef e professor.
Lagundri Contemporâneo
Rua Saldanha Marinho, 1.061, Centro – (41) 3232-7758. Aberto de segunda a sábado para o jantar. Aceita cartões. Capacidade: 85 lugares. www.lagundri.com.br
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