No início da manhã do dia 10 de agosto, os sete candidatos, pré-indicados pelas principais escolas de gastronomia da cidade, reuniram-se na sede da Gazeta do Povo. Lá, foram recebidos pelo chef Celso Freire, que conduziu toda a prova. Apenas quando chegaram, ficaram sabendo por meio de um sorteio qual tipo de carne iriam preparar na competição.
Raquel Rocha, que representava o Espaço Gourmet, sorteou carne bovina, enquanto Leandro Vidal da Luz, do Senac, ficou com crustáceo. Jorge Picoli, indicado pelo IGA, sorteou molusco e Karen Takizawa, da PUCPR, carne suína. O representante da Opet, Róstom da Silva, ficou com carne ovina e o indicado pelo Centro Europeu, Dyogo Prado, peixe. Para finalizar, Kaio Trevizan, da Universidade Positivo, sorteou ave.
Em seguida, eles ganharam um envelope fechado, com R$ 180 para cada um. Neste momento, veio a notícia de que deveriam comprar todos os ingredientes necessários para que preparassem o prato que apresentariam aos jurados naquela tarde. Foram levados ao Mercado Municipal de Curitiba e tiveram 1h30 para as compras.Tarefa cumprida, foram encaminhados para a cozinha do Buffet Nuvem de Coco, onde a prova prática foi realizada.
“Tudo foi feito com o objetivo de retratar a rotina de uma cozinha”, disse Celso Freire, que organizou a prova. “O primeiro teste diz respeito à realidade de terem que, muitas vezes, trabalhar durante horas consecutivas e sob pressão”, afirmou o chef.
Um dos maiores nomes da gastronomia brasileira atual, o francês Laurent Suadeau, que mora há 30 anos no país, fez uma declaração difícil para a equipe do Bom Gourmet, no fim da tarde, após a apresentação dos sete pratos. “Não há vencedor”, disse ele, após conversar com os demais jurados. Assim como na edição do ano passado, ele veio de São Paulo a Curitiba especialmente para integrar o júri da categoria. “Em todas as cidades do Brasil deveria ter um prêmio como este, pelo bem do desenvolvimento do mercado gastronômico”, elogiou Suaudeau. Em contrapartida, não escondeu a sua decepção com o desempenho dos candidatos. “Eu poderia ficar calado, mas não o faço porque amo muito a minha profissão”, disse.
Suas considerações, que fez questão de compartilhar ao fim do dia com os concorrentes, passaram pela má compra de ingredientes, pouca criatividade na escolha dos pratos e falta de sabor, ou até de tempero, no preparo dos mesmos. O fato é que nenhum candidato utilizou todo o valor que tinha em mãos nem todo o tempo a que tinha direito no Mercado Municipal. “Se fosse eu, teria gasto integralmente os R$ 180 e também usaria até o último minuto da 1h30, procurando novos sabores no mercado”, criticou o chef Junior Durski, também integrante do júri.
Numa conversa informal que ocorreu ao final da prova, os candidatos ouviram com atenção as considerações dos jurados. Houve um consenso de que poderiam ter tido um melhor desempenho e também de que aprenderam muito com a experiência. “Muitas vezes, um arroz, feijão e ovo bem feitos podem mostrar melhor a capacidade de um chef do que receitas complicadas, que exigem um grande conhecimento no preparo”, disse Suaudeau. Para finalizar, Durski acrescentou: “Não há um vencedor, simplesmente porque faltou simplicidade”.
Como o desempenho dos candidatos estava muito parecido, os jurados entenderam que não seria justo premiar com o título um dos concorrentes. Após debates sobre a prova dos recém-formados, o júri chegou ao consenso de que dois participantes, com pontuação praticamente idêntica, iriam receber a certificação de Destaque.
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