É certo que a feijoada é um prato tipicamente brasileiro, criado pelos escravos no período do Brasil colonial com as sobras de carnes dos senhores, misturadas com o feijão? Nem tanto. Hoje a versão mais aceita sobre a origem da feijoada é que ela é fruto do hábito dos colonizadores portugueses de comer variados tipos de carne com o feijão. A contribuição brasileira está na adição do feijão preto, originário da América Latina e muito consumido pelos índios. “Os escravos eram muito caros para comer apenas sobras de alimentos. Eles se alimentavam, ao menos, três vezes ao dia”, explica a professora do curso de Tecnologia em Gastronomia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Lilian Mazurechen.
Essa combinação de feijão com carnes de porco e gado se tornou tão popular por aqui que, hoje, ao lado da caipirinha, é conhecida no exterior como o prato tipicamente brasileiro. Mas, pelo fato de o Brasil ser um país de largas extensões territoriais, a feijoada acabou adquirindo pequenas variações em cada região. A professora Lilian e o professor e consultor na área gastronômica Lutcho Roberto Giannini apontam algumas variedades regionais do prato.
Tradicional
Versão mais difundida pelo Brasil e no exterior, e muito consumida no Paraná e na Região Sudeste. Como no Rio de Janeiro ela é apreciada tanto em dias quentes quanto nos frios, também a chamam de feijoada carioca. Tem como ingredientes feijão preto, charque, pé, orelha, lombo e rabo de porco, costelinha suína, lingüiça calabresa e paio. Os acompanhamentos são arroz, couve e laranja.
Maniçoba
De origem indígena, é também chamada de feijoada paraense. Na receita não vai feijão, substituído pela folha da mandioca brava, cozida por uma semana e moída para acabar com o ácido cianídrico que faz mal ao organismo humano. É esse ingrediente que dá a cor marrom-escura da feijoada tradicional. É servida com arroz, farinha de mandioca e pimenta.
Nordestina
Muito parecida com a tradicional, difere pelo feijão utilizado, o mulatinho, uma variedade mais clara. Outra peculiaridade é o fato de não usarem carnes defumadas, eles preferem apenas as salgadas ou frescas como o charque, lombo de boi, pé de porco fresco e a lingüiça. Servida principalmente com farinha de mandioca.
Francesa
Conhecida como feijoada branca ou cassoulet, é originária da França e mais apreciada em São Paulo e no Paraná. Pode ser feita de três maneiras, utilizando o feijão branco: com carne de porco, de ganso ou de cordeiro. Geralmente é apreciado sem acompanhamento ou servido apenas com arroz.
Catarinense
Os imigrantes europeus que habitaram o sul de Santa Catarina emprestaram características próprias ao mais brasileiro dos pratos. Eles acrescentam vegetais como cenoura, batata e repolho. O acompanhamentos são os mesmos da tradicional.
Regulamentação no STF pode redefinir regras da Internet e acirrar debate sobre liberdade
Áudios vazados: militares reclamam que Bolsonaro não assinou “golpe”; acompanhe o Entrelinhas
Professor, pupilo de Mujica e fã de Che Guevara: quem é Yamandú Orsi, presidente eleito do Uruguai
Clã Bolsonaro conta com retaliações de Argentina e EUA para enfraquecer Moraes
Deixe sua opinião