Tudo começou quando Manu (como é chamada) foi para os Estados Unidos trabalhar numa estação de esqui, durante as férias. Ocorre que não nevou e ela se entediou. Foi então trabalhar em um hotel, e sempre que podia dava palpite na cozinha. Um dia, o chef mostrou uma polenta frita que havia feito, “achando o máximo”. Ela disse que polenta frita era muito comum no Brasil. Daí, faltou gente na cozinha e o chef a chamou para ajudar. Assim, ela descobriu que seu grande prazer era cozinhar.
Dos Estados Unidos foi para o Alasca onde trabalhou em um barco pesqueiro. Mas os pais fizeram com que voltasse a Curitiba para concluir a faculdade, período em que também fez os cursos do Centro Europeu.
Ainda estudante, junto com uma amiga começou a atuar com serviço de personal gourmet, preparando jantares para pequenos grupos de amigos. Não demorou para que sua cozinha de base clássica, porém inventiva, com sabores, aromas, texturas marcantes, fosse sendo conhecida.
Sua avó materna foi a grande incentivadora. Cozinheira de mão cheia, dona Lélia Bufara, não apenas despertou o interesse de Manu pela culinária quando ainda era criança, como também ensinou alguns preceitos de cozinha.
Manu fez uma verdadeira revolução no cardápio do Galla. Haja criatividade. Das entradas aos pratos principais, culminando com a sobremesas, quase tudo brinca entre o salgado e o doce, num resultado delicado.
Entre as originalidades trazidas no novo cardápio do Galla estão as louças e o jeito de servir. Destaque para as lascas de bacalhau com espuma de pistache (R$ 20), que vêm num cálice virado para baixo. No pé do cálice, que fica para cima, estão nhoques de ricota salpicados com castanha de caju na manteiga. Depois de comer o nhoque, retira-se o cálice e degusta-se o bacalhau. Criativas também são: codorna recheada com marmelada de cebola e creme de couve-flor (R$ 31); a salada 21 folhas com flores (R$ 18); camarão na grelha com molho de manga e abacate, servido com creme azedo e arroz selvagem (R$ 54), entre outros.
Já os doces são um capítulo à parte, como a inusitada sobremesa Bra à Cuneo (R$ 12), que traz um delicioso sorvete de alho. Alho? Isso mesmo, alho. Acompanha ainda uma geléia de laranja com pimenta calabresa, um minipudim com amareto, queijo tommy e charuto de chocolate.
Manu explica que a criatividade na cozinha pode ser definida pelo uso de ingredientes naturais. Além das novidade do cardápio, ela também fabrica as massas, sorvetes e defumas as carnes na cozinha do Galla.
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Serviço: Restaurante Galla – Rua Visconde de Nácar, 1.424. Abre diariamente, a partir das 19 horas. Capacidade para 42 lugares. Tem estacionamento. Reservas pelo fone (41) 2108-1100.