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Ele é conceituado pela crítica como um dos melhores chefs e uma das pessoas mais influentes do país. Rodrigo Oliveira, 29 anos, herdou do pai o restaurante Mocotó e, desde 2004, mudou a maneira de pensar gastronomia no país.

Com uma culinária autenticamente brasileira, de raízes nordestinas, tem como carro-chefe o caldo de mocotó, feito da mesma maneira há mais de 30 anos. No cardápio há também tapioca, atolados, dobradinha, carne-seca e carne de bode, servidos de maneira simples, com sabores que explodem na boca. Pratos estes que agradaram desde o ex-presidente Fernando Henri­que Cardoso até o chef espanhol Ferran Adrià – grande nome da gastronomia mundial.

Para chegar até o restaurante, na Zona Norte de São Paulo, leva-se pelo menos meia hora de carro (sem engarrafamento), partindo do centro da cidade. A paisagem é de periferia. A capacidade é para 100 lugares e passam 20 mil clientes todos os meses. O dia de maior movimento é o sábado, com atendimento superior a mil pessoas. O segredo para o sucesso? “Se eu soubesse, ficaria rico! Acredito que é uma soma de fatores”, brinca Oliveira. O chef recebeu o Bom Gourmet no restaurante para uma entrevista exclusiva.

O Mocotó é apontado como um dos melhores restaurantes do país, porém está localizado em uma região fora do circuito Jardins. Não te incomoda ter este título?

Há dois lados em ter este título. Um deles é que não existem muitos restaurantes deste nível por perto e praticamente não tenho concorrência. A maioria dos funcionários mora perto. O outro lado é fazer com que uma pessoa venha da Zona Sul, cruze a cidade inteira, só para comer aqui.

Como foi receber Alex Atala e tantos outros grandes chefs para comer no Mocotó?

Posso afirmar com certeza que todos os meus ídolos já sentaram na minha mesa. Primeiro gera um pouco de apreensão em atender bem. Mas o tratamento é feito da mesma maneira com qualquer cliente. Mostramos aquilo que fazemos todos os dias.

E esse é um dos nossos segredos. Pelo que sei, todos adoraram e recomendaram o restaurante.

E o Ferran Adrià? É verdade que ele veio?

Ele veio sim. Eu é que, infelizmente, não estava aqui. Durante a semana do meu casamento, teve um evento de gastronomia espanhola em São Paulo e recebi no restaurante os maiores chefs espanhóis, mas ele não estava, veio uma semana depois, com o Atala, exatamente na véspera da cerimônia. Como os funcionários não o conheciam, demorei para descobrir que ele esteve aqui.

…E ele gostou?

Pelo que eu soube sim. Disse que adorou.

Que ingredientes você mais gosta de utilizar?

Eu gosto de muitos ingredientes, mas adoro, em especial feijão, favas e carne de porco. Minha mais nova descoberta são os peixes de rio. Gosto daqueles ingredientes difíceis de usar. Um mignon, por exemplo, é uma carne que dificilmente ficará ruim [por isso, não faz parte do cardápio].

Você esteve em Curitiba?

Conheço bem pouco do estado. Fui ao Paraná para um evento e conheci Curitiba. Também estive em Morretes e comi o barreado. É um prato que me encantou. Até teve um garçom, que montou o meu prato, que fez a brincadeira de virar a panela em cima da cabeça do cliente para mostrar que não cai. Almocei também com o chef Junior Durski no restaurante Madero. Ele tem elegância sem ser fresco. Além dele, adoro o chef Celso Freire.

Serviço:

Mocotó – Restaurante e Cachaçaria. Avenida Nossa Senhora do Loreto, 1.100, Vila Medeiros, São Paulo – (11) 2951-3056. Abre de segunda a sábado das 12 às 23 horas. Domingos e feriados, das 12 às 17 horas. Site: www.mocoto.com.br.

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