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Apesar de ter “apenas” 45 anos – considerado novo perante seus concorrentes vizinhos – o Imperial pode ser, tranquilamente, considerado um lugar de tradição no centro de Curitiba.

Aberto em 1966, no mesmo endereço que ocupa até hoje, teve como seu primeiro proprietário o espanhol Vitoriano Toron Sento que, até 1997, comandou um dos mais preferidos endereços gastronômicos da cidade. A partir daquele ano, passou a ser propriedade dos irmãos Marcos Roberto Chueh e Sergio Luiz Chueh.

Tão apreciados quanto os pratos de seu cardápio fixo (segunda-feira, virado à paulista; terça-feira, dobradinha, quarta-feira, feijoada; às quintas, rabada com polenta; às sextas, costela ao forno e, aos sábados, repeteco da gostosa feijoada completa), lá estão dezenas de outros acepipes que, de A a Z, são preferidos de uma freguesia fiel. E muitas vezes saudosista. Muitos ainda lembram do convite para degustar a “rã”, escrito a giz no quadro postado à sua porta, e que lá não aparece a um bom par de anos.

Os pratos mais pedidos são o Mignon Imperial (grelhado na manteiga, acompanhado de aspargos, cogumelos, palmito, brócolis, arroz branco e batatas fritas, que serve bem duas pessoas) e a alcatra (um filé “orelha de elefante” pesando um quilo), que satisfaz o apetite de até três comensais.

A paella, que ainda tem lugar na placa do restaurante, indicando suas raízes espanholas, só pode ser saboreada se for encomendada com antecedência.

Patrimônio humano

Entre os funcionários mais antigos, Celia Regina dos Santos “pilota” o fogão há 23 anos e dois solícitos garçons assinam ponto no Imperial há algumas décadas: Pedro dos Santos (o Periga) desde 1968 e Ramiro Gil Sobrado (também descendente de espanhóis) desde 1974. Eles orientam os garçons mais novos na preferência dos fregueses habituais.

Ambos fazem parte da história do comércio de gastronomia curitibana e têm muitas histórias para contar. Não há muito tempo, um fato isolado, inusitado, chamou a atenção do pessoal da casa – o homem que chegou só, sentou, escolheu e comeu o prato pedido, pagou e saiu. Era o ministro (de Lula e de Dilma), Paulo Bernardo.

Os frequentadores dos horários de refeições e das animadas happy hours (a casa atende também como bar e petiscaria), conhecem de cor e salteado os cerca de 50 quadros dispostos nas lambris de madeira, contando, em imagens fotográficas (do acervo do jornalista Cid Destefani), um pouco da história de Curitiba.

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