No começo de 1953, Emile e Janine alugaram uma casa na Rua Murici (entre as ruas Pedro Ivo e André de Barros) de propriedade da família Lagos Marques. Os Decock moravam no primeiro andar, com o térreo abrigando um bar restaurante. Em 7 de fevereiro, uma sexta-feira, oito dias antes do sábado de carnaval, a Gazeta do Povo publicou anúncio em duas colunas – “Aguardem – Dia 12, às 17 horas, abertura do Île de France – Bar Restaurante (cuisine française) – Rua Murici, 302”. A data de sua inauguração nos foi confirmada por alguém presente ao evento: o engenheiro Lubomir Ficinski; até hoje fiel frequentador do restaurante, que ficou naquele endereço até 1957 e depois foi para a Praça Dezenove de Dezembro.
Em Curitiba nasceu o garoto batizado Jean Paul Louis Roland Decock. Foi ele que, quando seu pai ficou viúvo e as duas irmãs casadas deixaram Curitiba, embora tendo estudado Engenharia na UFPR, encontrou, em 1975, na esposa Clara Chao, de ascendência chinesa, estímulo para levar à frente o restaurante.
Quase 60 anos
Mais de meio século depois, o Île de France é tradição da melhor gastronomia curitibana – foi aqui que os filhos dos pinheirais conheceram (aprovaram e continuam saboreando) o então estranhíssimo strognoff. Integrando o menu ao custo de R$ 88, é um dos pratos mais pedidos (em 2010 foi o ganhador na categoria Prato Principal na 1.ª edição do Prêmio Bom Gourmet da Gazeta do Povo), assim como o steak au poivre (filé com pimenta, também presente na edição 2010 como um dos indicados) ou aux herbes (com ervas) – os dois custando R$ 88. Outras opções são o caviar (R$ 110) e o famoso coq au vin (frango ao vinho) a R$ 65. Dos diferentes pratos de crevettes (camarões), como o servido au champagne ou ao vinho do Porto, o mais caro custa R$ 130.
Alguns de seus pratos mais solicitados podem ser servidos em meia porção. No menu, praticamente igual há 56 anos – (“se mudamos alguma coisa, o cliente reclama”, confessa o proprietário) –, as sobremesas mais solicitadas são crèpe Suzette (com ou sem sorvete, R$ 34 e R$ 39) e o delicioso créme bruilê a l’orange (R$ 35).
No capítulo bebidas, a casa serve vinho ou champanhe em taça (mas pode-se pedir uma garrafa de champagne Dom Pérignon, que custa R$ 784). O restaurante tem uma carta com 117 títulos, oriundos de 10 países. A propósito: o cliente pode levar seu próprio vinho, pagando R$ 50 de taxa de rolha.
Merecem registro
Algumas das travessas de prata onde as delícias francesas são servidas aos curitibanos ainda ostentam, marcado pela idade, o nome do restaurante Les Palmiers, destruído no final da guerra. O restaurante tem talheres de prata, copos e taças de cristal. Famosos nacionais (como Pelé) ou internacionais (Julio Iglesias), sempre são levados ao Île de France por seus cicerones curitibanos. No ambiente, o cliente pode contar como certo ouvir Edith Piaff ou Charles Aznavour como fundo musical.
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Serviço:
Île de France. Praça 19 de Dezembro, 538, Centro – (41) 3223-9962. www.restauranteiledefrance.com.br. Abre todos os dias (menos domingo) às 19 horas; de segunda a quinta-feira até meia-noite; sextas e sábados até 1 hora. Tem 65 lugares. Aceita os principais cartões. Tem valet. Aceita reservas para até 10 pessoas com quatro horas de antecedência; de 10 a 30 pessoas, com 15 dias.
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