A qualidade das rodovias em Goiás piorou em 2024. As estradas consideradas ótimas ou boas para trafegabilidade diminuiu em relação ao ano anterior, enquanto as classificadas como ruins ou péssimas aumentaram, segundo levantamento da Confederação Nacional de Transportes (CNT).
O estudo abrangeu 7.692 quilômetros de rodovias pavimentadas no estado. As melhores estradas são, na maioria, concedidas à iniciativa privada, enquanto aquelas administradas pelo governo estadual ou pela União sofrem com a falta de investimentos em manutenção.
Goiás apresentou o menor índice de rodovias classificadas como em condições ótimas entre os estados das regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste.
A pesquisa avaliou três aspectos: pavimento, sinalização e geometria. O pavimento considera a qualidade do asfalto e a presença de buracos. A sinalização analisa placas e orientações adequadas. Já a geometria compreende itens como o traçado, número de pistas duplas ou triplas e a velocidade máxima permitida.
Classificação geral das rodovias em Goiás no último ano
- Péssimo: 4,2% (326 quilômetros) – era 2,7% em 2023
- Ruim: 23,9% (1.841 quilômetros) – era 19,2% em 2023
- Regular: 44% (3.385 quilômetros) – era 37,2% em 2023
- Bom: 25,3% (1.944 quilômetros) – era 30,3% em 2023
- Ótimo: 2,5% (196 quilômetros) – era 10,6% em 2023
Marcus Quintella, diretor do programa de Transportes da Fundação Getúlio Vargas (FGV), atribui os resultados à baixa aplicação de recursos. “Somos um país rodoviário, mas apenas 13% da malha está pavimentada, e 60% dessa parcela está em condições ruins, péssimas ou regulares. Isso é reflexo da falta de investimentos, especialmente fora de São Paulo”, destacou.
As melhores e as piores rodovias de Goiás segundo a CNT
A CNT classificou as rodovias de Goiás com avaliações que foram de “péssimo” a “ótimo”. Foram analisadas estradas de diferentes extensões, desde trechos com apenas 2 quilômetros até vias que atravessam todo o estado, com mais de 700 quilômetros de extensão.
As cinco melhores rodovias de Goiás
- BR-457 – 30 km – Cristalina a Domiciano Ribeiro (concedida)
- BR-050 – 316 km – Uberlândia a Cristalina (concedida)
- BR-364 – 386 km – Jataí a Uberlândia (concedida)
- BR-251 – 10 km – Antônio Manuel (concedida)
- BR-349 – 16 km – Estrela D’Alva (federal)
As cinco piores rodovias de Goiás
- GO-341 – 113 km – Mineiros (estadual)
- GO-215 – 21 km – Pontalina (estadual)
- GO-180 – 28 km – Jataí (estadual)
- GO-330 – 221 km – Anápolis a Catalão (estadual)
- GO-178 – 41 km – Itarumã a Itajá (estadual)
As rodovias concedidas à iniciativa privada apresentam melhor conservação e manutenção, sendo responsáveis por quatro das cinco melhores avaliações no estado. Já as cinco piores são geridas exclusivamente pelo poder público estadual. O estudo reforça a necessidade de ampliar parcerias público-privadas (PPP) e concessões, embora destaque que até mesmo estradas concedidas à inciativa privada precisam de acompanhamento estatal.
Goiás se destaca por pavimento, mas falha em sinalização e geometria da via
Entre os três critérios avaliados pela CNT, Goiás obteve melhores resultados no pavimento. A geometria, no entanto, foi o ponto mais crítico.
Pavimento
- Péssimo: 2,9%
- Ruim: 11,5%
- Regular: 38,8%
- Bom: 13,7%
- Ótimo: 33,1%
Tendo quase metade das rodovias tenha pavimento classificado como bom ou ótimo, Goiás ocupa a 10ª posição no ranking nacional nesse quesito.
Geometria da via
- Péssimo: 17,9%
- Ruim: 27,8%
- Regular: 19,9%
- Bom: 24,6%
- Ótimo: 9,8%
Cerca de 50% das rodovias possuem geometria ruim ou péssima, colocando Goiás entre os piores estados neste critério. O traçado inadequado compromete a segurança e eficiência das vias.
Sinalização
- Péssimo: 12,6%
- Ruim: 15,2%
- Regular: 48%
- Bom: 19,6%
- Ótimo: 4,6%
Apenas 4,6% das rodovias têm sinalização considerada ótima, deixando Goiás na 10ª posição nacional no quesito avaliado.
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