Barragem rompe e governo pede que população abandone casas no interior do RS

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Após fortes chuvas no estado gaúcho, o governo do Rio Grande do Sul informou na tarde desta quinta-feira (2), que a barragem 14 de Julho, entre Cotiporã e Bento Gonçalves (RS), rompeu parcialmente por volta das 13h40. De acordo com a Defesa Civil, o rompimento ameaça 15 municípios da região.

O governador Eduardo Leite fez um pronunciamento de emergência pedindo a retirada dos moradores das cidades que serão afetas, ou recomendou que eles subam para locais com pelo menos seis metros acima do nível dos rios. Segundo Leite, a água da barragem deve descer pelo rio Taquari, mas o efeito não deve ser de devastação na região.

“Peço às pessoas que saiam das localidades de risco, saiam das suas casas de forma ordenada enquanto é tempo para isso, para nós salvarmos vidas nesse momento”, disse o governador.

O prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Segabinazzi, também tem alertado os moradores da região por meio de um vídeo nas redes sociais. “Recebemos agora a informação da Ceran, que controla as barragens, que a barragem de 14 de Julho acabou de colapsar. A informação que a gente precisa passar para todos os moradores que vivem às margens do Rio das Antas e Rio do Taquari, é sair o mais rápido possível desse local", disse. "

De acordo com o prefeito, a tendência é que o rio "suba em torno de 2 a 4 m". "Essa é a tendência que aconteça nos próximos minutos e nas próximas horas nos municípios mais abaixo, lá no Taquari. Importante: Isso é uma informação oficial e a gente precisa informar o máximo de pessoas possível dentro da margem do Rio das Antas e do Rio Taquari.”, explicou Segabinazzi.

O alerta de emergência emitido pelo governo do RS e pela defesa civil vale para os moradores das cidades gaúchas de:

• Santa Tereza
• Muçum
• Roca Sales
• Arroio do Meio
• Encantado
• Colinas
• Lajeado
• Bento Gonçalves
• Cotiporã
• São Francisco de Paula
• Canela
• Gramado
• Nova Petrópolis
• Vale Real
• Feliz

Os fortes temporais na região já deixaram pelo menos 24 mortos e levaram o governo estadual a decretar estado de calamidade pública. São 132 municípios afetados e 5.321 pessoas desalojadas.

No decreto, o governador destaca que o estado está sendo atingido por chuvas intensas, alagamentos, granizo, inundações, enxurradas e vendavais de grande intensidade, sendo classificados como desastres de Nível III - caracterizados por danos e prejuízos elevados.

As aulas nas escolas estaduais foram suspensas. Há mais de 150 pontos de bloqueios em estradas e pontes e municípios com problemas no abastecimento de alimentos, água, energia elétrica e telefonia. Os temporais castigam o Rio Grande do Sul desde segunda-feira (29) e a previsão é que o volume de chuvas continue elevado nos próximos dias.

Viagem de Lula ao RS

O presidente Lula desembarcou nesta quinta-feira (2) em Santa Maria (RS) com uma comitiva de ministros para avaliar os estragos causados pela chuva na região e anunciou que não faltarão recursos do governo federal no socorro à população do Rio Grande do Sul.

“Tudo que estiver no alcance do governo federal, seja através dos ministros, seja através da sociedade civil ou seja através dos nossos militares, vamos dedicar 24 horas de esforço para que a gente possa atender as necessidades básicas do povo que está isolado por conta da chuva”, disse Lula, após a reunião.

De acordo com Lula, no primeiro momento a preocupação é em "salvar vidas e cuidar das pessoas", depois será "fazer uma avaliação dos danos e, a partir daí, começar a pensar em como encontrar o dinheiro para que a gente possa reparar esses danos”.